Na manhã desta quinta-feira, 18, a Polícia Civil do Piauí deflagrou uma operação contra suspeitos que compravam veículos utilizando meios fraudulentos para obtenção de crédito bancário. Os mandados estão sendo cumpridos em Teresina, Timon (MA) e Fortaleza (CE), e até o momento quatro pessoas foram presas.
Em entrevista ao Notícia da Manhã, o delegado Humberto Mácola, da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática, informou que os alvos enganavam as vítimas com falsas promessas de emprego para conseguir os documentos delas e realizar a compra dos carros sem consentimento. Com uma selfie dessas pessoas, o grupo conseguia realizar os financiamentos nos bancos.
“Esse crime acontecia através de uma oferta de emprego. Os criminosos ofereciam um emprego muito atrativo e no momento em que a vítima aceitava o emprego, eles abordavam, pegavam os documentos e faziam o que nós chamamos de golpe da selfie. No momento em que eles diziam que iam pegar uma imagem para o cadastro, crachá da empresa, eles apontavam a câmera pro rosto da vítima e ali o aplicativo do banco já estava aberto e eles conseguiam pegar toda a documentação através de uma empresa que era utilizado um CNPJ e eles conseguiam esse acesso ao banco também e o financiamento era feito", explicou o delegado. Com toda a documentação em mãos, os criminosos descartavam as vítimas que eram surpreendidas com a cobrança do financiamento.
"A vítima era descartada, não era procurada mais e depois de algum tempo, a vítima era surpreendida com cobranças desse banco com um financiamento de um carro que ela nem sabia que existia”, acrescentou Humberto Mácola.
O titular da DRCI informou ainda que em Teresina, uma das empresas que tinha seu CNPJ utilizado para praticar os golpes, tinha conhecimento sobre o crime.
“Uma empresa de veículos de um dos alvos, que se encontra foragido, ele era um representante da empresa do Ceará que estava aqui, que é o alvo também nosso lá no Ceará, e as investigações apontam que pelo menos a daqui de Teresina tinha conhecimento”, disse.
Humberto Mácola destacou que até o momento dez vítimas foram identificadas e que a quantidade pode aumentar. O prejuízo dos golpes já chega em torno de R$ 600 mil e as investigações do caso começaram em 2022.
O delegado faz um alerta para que as pessoas desconfiem de ofertas muito vantajosas com o uso de selfies.
“Desconfiem de toda oferta muito vantajosa, muito rápida, em primeiro lugar. Em segundo lugar, não permita que quem quer que seja utilize a sua selfie, a sua imagem, essa já é um crime comum em São Paulo, inclusive por entregadores de aplicativo que chegam na casa da pessoa dizendo que tem um prêmio, pedem para fazer a comprovação desse prêmio e capturam a imagem para fazer financiamento. Então tome muito cuidado com essas ofertas vantajosas", reforça.
A ação policial foi desenvolvida pela Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática, com apoio da Gerência de Polícia Especializada, Polinter e 11° Delegacia de Polícia de Teresina.
Com informaçoes do cv