Atualizada às 10h30
Nesta segunda-feira, 20, a residência do prefeito de Uruçuí, Dr. Wagner Pires, foi alvo da operação “Cerrados” que acontece em investigação sobre desvio de recursos do município. Segundo o coordenador do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), Cláudio Soeiro, o desvio de recursos ultrapassa R$ 1 milhão.
A reportagem conversou com o prefeito Dr. Wagner que confirmou que foi cumprido mandado de busca e apreensão em sua residência.
“Arrombaram minha casa, invadiram e não acharam nada. Estou buscando meus advogados para a gente adotar as providências”, disse o prefeito.
Cláudio Soeiro disse que além da casa do prefeito foram alvos da operação empresários e familiares do prefeito.
“A prefeitura contratava uma empresa, realizava o pagamento e fazia o sobrepreço com valores acima do mercado e eram beneficiados empresários e familiares. O prejuízo é de mais de R$ 1 milhão”, disse o promotor que dará coletiva hoje, às 12h, na sede do Gaeco.
O Ministério Público do Estado do Piauí (MPPI), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), em conjunto com a Polícia Civil (PC-PI), a Polícia Militar (PM-PI), Tribunal de Contas do Estado (TCE-PI) e Ministério Público do Estado do Maranhão, deflagrou nesta segunda-feira (20) a “Operação Cerrados”.
A operação objetiva cumprir 12 mandados de busca e apreensão, conforme Decisão do Desembargador Relator Erivan José da Silva Lopes, da 2ª Câmara Especializada Criminal do Tribunal de Justiça do Piauí.
A investigação visa apurar a prática dos crimes de desvios de recursos públicos, organização criminosa, lavagem de dinheiro, fraude à licitação, peculato, corrupção ativa e corrupção passiva, cometidos através de contratos firmados entre empresas de fachada e o Município de Uruçuí.
Entre os alvos estão políticos e seus familiares, servidores públicos, empresas com atuação no Município e seus sócios-proprietários.
Até o momento, a investigação aponta a existência de uma associação criminosa visando o desvio de recursos públicos do Município de Uruçuí, o qual era executado com o direcionamento de licitações à determinada empresa utilizada pela organização criminosa, seguido de sua contratação com sobrepreço pelo gestor municipal. Após o pagamento da empresa, parte do recurso público era remetido, diretamente ou por meio de pessoas interpostas, para as contas bancárias dos empresários, políticos e seus familiares, bem como de empresas ligadas a eles. Participaram diretamente da execução da operação Promotores de Justiça do Estado do Piauí, Delegados e Agentes da Polícia Civil, equipes da Polícia Militar, servidores do Ministério Público Estadual e auditores do TCE-PI, em ação integrada com o GAECO do MPMA. Os mandados foram cumpridos nos Municípios de Uruçuí, Teresina, Timon e Balsas no Maranhão.
Será realizada uma coletiva de imprensa, sobre a operação, às 12:00h, na sede do Gaeco/MPPI, localizada na Rua Dr. Agnelo Sampaio, nº 170, Bairro Recanto das Palmeiras.
Com informações do MPPI com cidade verde
Fotos: Operação Gaeco/MPPI