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Pessoas que tiveram Covid-19 grave apresentam anticorpos neutralizantes um ano após se recuperarem da doença. De acordo com um estudo preliminar publicado recentemente na plataforma medRxiv, nos Estados Unidos, a presença de anticorpos no longo prazo está associada à gravidade da doença e à idade do paciente.

Hospital de Manaus© Divulgação/Divulgação Hospital de Manaus Para chegar a essa conclusão, pesquisadores da Universidade Uniformed Services of Health Sciences, nos Estados Unidos, analisaram amostras de sangue de 250 voluntários que contraíram a infecção pelo novo coronavírus. Destes, 192 tiveram apenas sintomas leves ou moderadores de Covid-19 e 58 apresentaram a forma grave da doença e precisaram ser hospitalizados. Após se recuperarem, os participantes cederam três amostras de sangue: no terceiro, sexto e décimo segundo mês.

Até o sexto mês, todos os voluntários foram acompanhados. Depois desse período, os pesquisadores acompanharam apenas oito pessoas do grupo que havia contraído Covid-19 grave e onze dos que apresentaram sintomas moderados. Os resultados mostraram que seis meses após a infecção, todos os pacientes que foram hospitalizados e 50% daqueles com sintomas moderados ainda apresentavam anticorpos neutralizantes. Mas um ano após a doença, essa taxa caiu para apenas 18% naqueles que não foram hospitalizados e se manteve estável entre os pacientes que precisaram ser internados.

A presença de anticorpos neutralizantes é importante porque são eles que impedem a entrada do vírus na célula. Entretanto, essa não é a única forma de defesa do corpo. As células T e B desempenham um papel importante na proteção de longo prazo contra a doença.

A idade também pareceu desempenhar um papel importante na duração da resposta imunológica. Os participantes com mais de 65 anos que foram hospitalizados apresentaram maior duração de anticorpos neutralizantes, quando comparados a pacientes mais jovens. No entanto, os pesquisadores ressaltam que pacientes mais velhos correspondiam à maior parte deste grupo, o que também pode afetar os resultados.

Diante destes resultados, os pesquisadores concluem que a imunidade humoral, que inclui os anticorpos, após a infecção natural pelo SARS-CoV-2 "é de longa duração, incluindo até um ano após a infecção". No entanto, alertam para a menor durabilidade e maior variabilidade em pessoas jovens que experimentam sintomas mais brandos e para a importância de vacinar quem já teve a doença. "Seria prudente porque a imunidade induzida pela vacina ao SARS-CoV-2 provavelmente terá vida mais longa do que a que provocou Covid-19 leve", afirmam.

Vale ressaltar que este é um estudo preliminar, o que significa que ele ainda precisa ser revisado por especialistas independentes.

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