Se o ser “humano” fosse completo de raciocínio lógico e pensamento equilibrado, não existiriam desigualdades no universo. Se eu pudesse, novamente, viver a minha vida, pediria ao criador do conjunto de todas as coisas para nascer em outro planeta e para conviver com outros bichos, menos com o bicho humano, pois essa espécie de animal nunca tentou chegar perto da perfeição.

Na verdade, eles não levam nada a sério, não respeitam as suas próprias existências e nem as vidas da fauna e da flora, que lhes sustentam na totalidade dos habitantes da terra, porque não sabem disso, ou fingem não saber. Se a vida é feita só de momentos e o tempo é curto e imprevisto, indaga-se porque a ganância em conjunto com a ignorância humana, prevalece sobre a terra e os demais seres vivos. Assusta-me a indiferença da maioria das pessoas, por deixarem de reconhecer os seus erros e, por errarem todos os dias, mas mesmo assim, serem incapazes de admitirem os seus devaneios e transtornos mentais, porque nas suas consciências prevalecem o poder e o autoritarismo individual.
 

Quando pensamos no passado, chegamos ao presente e podemos visualizar o futuro. Definitivamente, reconheceremos que a vida existe para ser o símbolo da simplicidade e da humildade. As nossas dores não advêm das coisas que passaram ou que estão por vir, mas das coisas que sonhamos e ainda acreditamos.

O certo seria ninguém sofrer, mas neste mundo habitado por arrenegados, nada podemos fazer, apenas agradecer os dias em que somos obrigados a conviver com o fortúnio e o infortúnio de cada ser que, muitas vezes, não ama a si próprio e, por esse motivo, nunca amará outro ser.

Sofremos porque temos que conviver com outros monstros, que se dizem serem seres. Ninguém conhece ninguém, só o tempo nos mostra a realidade do mundo que habitamos. Não envelhecemos
porque o futuro está sendo confiscado, mas porque o próprio sistema administrado por “humanos” está nos impedindo de conhecer a realidade que sonhamos e que nunca tivemos a oportunidade de chegarmos a experimentá-la.

Todos os dias, convenço-me de viver a vida sem desperdícios, pois quando damos amor, estamos doando forças que não usamos. Quando somos egoístas, estamos nos esquivando do sofrimento e, por essa razão, perdemos também a felicidade.

A vida é um sonho, deve ser vivida em princípio de fraternidade e igualdade, e não de momentos interrompidos e amores não resolvidos. O meu choro talvez não tenha razão, é só uma lacuna que abre e fecha no meu coração. Por esse motivo, sinto falta de lugares que não conheço, amores que não existiram e momentos que não esqueço. Quantas vezes sorri para não chorar, mas nunca desisti de um objetivo sem pelo menos tentar.
Muitas vezes podemos perguntar porque as pessoas sofrem tanto por amor, se elas não amam ninguém. Não podemos acreditar em quem diz que ama e faz o seu semelhante chorar de dor, até agonizar. Assim como não é aceitável um ser hipócrita, que se aproxima de ti hoje para tirar proveito e amanhã te esquecerá. Não acredite em quem, na tua presença demonstra de ti gostar, e na ausência engana-te, sendo capaz de tirar a tua vida e deixar de amar. Essas são as atitudes dos bichos “humanos”, que enganam, oprimem, roubam e matam seus semelhantes, como se cada pessoa fosse um animal rastejante.

JOSÉ OSÓRIO FILHO 

Ouça o poema na voz do comunicador Alan Carlos, da Princesa FM

Da redação