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Os poucos cidadãos conscientes, cada dia que passa, deixam de acreditar nos políticos e na política. Durante diálogos que mantenho com meus clientes e em diversas conversas com meus alunos, constatei que todos são unânimes em propagarem que cada eleição é uma decepção, que faz deixar de  acreditar nos candidatos e no sistema político brasileiro.

Em um depoimento, uma pessoa  portadora de nível superior, com três especializações nas áreas de educação, pedagogia, psicopedagogia e sociologia da educação, afirmou o seguinte:   “Eu fico com dor no coração”, “acho que a gente tinha que acreditar”, “mas eu já perdi as esperanças, ultimamente nem programa político eu assisto”. O depoimento dessa pessoa  representa o sentimento de muitos que, em cada eleição, decidem de forma triste anular o voto. Por isso, o número de abstenções e votos nulos têm crescido nos últimos anos.

Dentre essas pessoas, ouvi um jovem estagiário de direito que endossa essa estatística. “O acadêmico comentou que não foi acostumado pela família a discutir sobre o assunto e se sente distante do debate político”. Não adianta só votar ou não, é preciso entender todo um contexto desse sistema criminoso que está acabando com as cidades e os estados. No meio de tanta crise política e de tantos políticos desonestos e sem caráter, todos nós nos sentimos perdidos.

Sendo assim, podemos afirmar que a suposta democracia está em risco, uma vez que a grande maioria dos políticos são os mesmos, tanto no poder legislativo, quanto no executivo. E, digo mais, isso não é democracia, é uma ditadura civil, onde uma população inconsciente vota nos mesmos prefeitos, mesmos vereadores, mesmos deputados estaduais, federais e senadores. São todos reeleitos eternamente, como se possuíssem mandatos vitalícios, usando de forma ilícita o patrimônio público por inúmeras reeleições.  

O que existe de ruim não é o paradigma da relação com a democracia, e sim em relação aos políticos que usam a política como meio de sobrevivência e como trapolim para assaltar uma população que vive em estado de total miséria material e intelectual.  Portanto, o problema está essencialmente em nossa educação e cultura, que não consegue educar, politizar e conscientizar a população. Por essa razão, os eleitores só elegem os piores e os mesmos políticos, até porque em nosso País a população não gosta de pessoas honestas, mas amam os desonestos e a corrupção ou aqueles políticos cobaias, que se deixam ser usados por políticos empresários,  que servem de amparo para lavagem de dinheiro público e prática reiterada de corrupção.

Para compreender a questão da autenticidade da representação política no Brasil, é necessário olhar também para a composição das Câmaras Municipais, Assembleias Legislativas e  Congresso Nacional, bem como, para os Poderes Executivos, tanto municipal, quanto Estadual e Federal. Em uma breve análise, qual o significado dessas pessoas ficarem eternamente no poder, como se a política fosse uma profissão?

No levantamento de nossa memória, podemos identificar que a maioria dos  políticos são empresários que incluem produtores rurais, proprietários de construtoras, donos de indústrias e outras ramificações de todos os segmentos, inclusive universidades particulares do mal. E, por último,  os cobaias  que nunca trabalharam e são usados por empresários mafiosos, como testas de ferro,  para representar os interesses desse tipo de gente oportunista.

Os políticos no Brasil nunca representaram o povo, apenas  representam seus interesses pessoais e os daqueles que bancam suas campanhas eleitorais financeiramente. Na realidade, ser testa de ferro de políticos aproveitadores e empresários donos de facções criminosas, está virando moda nas cidades brasileiras.

Mas, os eleitores em suas inocências, não percebem que os candidatos  populistas, humildes, que se dizem falar a linguagem do povo, se forem  eleitos vereadores ou prefeitos, representarão um segmento que, com certeza, não será o anseio daqueles eleitores que os elegeram. Serão sim,   serviçais de uma máfia de diferentes ramificações que bancou sua campanha política. E, em troca disso, pagarão todas as custas da campanha com o dinheiro público. Farão isso com total apoio da população sentimentalista, pois ser sentimental em defesa do candidato coitadinho é a especialidade do eleitor brasileiro, mesmo sabendo que o coitadinho está sendo financiado por facções criminosas.

Por essa razão, os eleitores só elegem os piores candidatos, até porque as pessoas sérias de caráter e de conduta ilibada, jamais serão candidatos, uma vez que a política é sinônimo de imoralidade e corrupção. A educação no Brasil é paliativa e o povo, por ausência de conhecimento continua alienado.

osorio

Artigo de José Osório Filho

Da redação