Foi realizada na manhã desta quinta-feira (20), sessão solene virtual na Assembleia Legislativa em homenagem aos 20 anos da Marcha das Margaridas, umas das maiores manifestações e ações de luta e resistência de mulheres da cidade e do campo, da floresta e das águas do Brasil e da América Latina. A sessão solene foi proposta pela deputada estadual Elisângela Moura (PCdoB) e aprovada por unanimidade no plenário da ALEPI.
“Quero agradecer aos colegas deputados que aprovaram a realização dessa sessão, que é um orgulho para mim estar presidindo. A Marcha das Margaridas é um importante movimento que luta pelo direito das mulheres no campo, mas também de todas as mulheres”, disse a deputada Elisângela Moura, lembrando a história do movimento que iniciou em 2000.
Presente à sessão virtual, a vice-governadora Regina Sousa (PT) falou sobre a importância do Estado na garantia dos direitos da população. “Vemos por aí muitos defendendo a teoria do Estado mínimo, mas nessa pandemia pudemos ver a importância dele. Se não fosse as medidas do Estado, o auxílio emergencial a população estaria desamparada. O SUS é a nossa grande bandeira, grande arcabouço de políticas públicas desse país”, destacou.
A coordenadora de Políticas Públicas do Estado, Zenaide Lustosa, lembrou que a Marcha das Margaridas é uma luta de todas as mulheres. “Não existe mais barreira entre as mulheres do campo e da cidade. Estamos todas de mãos dadas contra a pobreza, fome, as desigualdades. A Marcha segue mudando a sua pauta sempre pensando no melhor, no desenvolvimento sustentável e isso se deve ao avanço político que tivemos ao longo dos anos”, defendeu.
A secretária de Mulheres da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Piauí (FETAG-PI), Marlene Veloso, lembrou a bandeira contra o feminicídio. “Já perdemos muitas companheiras de luta vítimas de feminicídio. Combater a violência doméstica é uma das nossas grandes bandeiras de luta”.
A marcha é uma homenagem à Margarida Maria Alves, presidenta do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba, que no dia 12 de agosto de 1983 foi assassinada na porta de sua casa por denunciar abusos e desrespeito aos direitos das trabalhadoras e trabalhadores rurais.
A primeira edição, em 2000, reuniu cerca de 20 mil agricultoras, quilombolas, indígenas, pescadoras e extrativistas de todo o Brasil. Desde então, a cada quatro anos, milhares de mulheres do campo, da floresta e das comunidades ribeirinhas tomam as ruas de Brasília para continuar essa luta.
Alepi