Com a emergência em saúde pública causada pela pandemia do novo coronavírus, os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), como máscaras e luvas, se tornaram cada vez mais escassos no mercado nacional, pondo em risco a segurança de profissionais de saúde, que estão na linha de frente no tratamento de infectados pela Covid-19.
Pensando em oferecer uma solução viável e emergencial ao problema, um grupo de pesquisadores do Piauí, em parceria com cientistas de outros estados, desenvolveu uma máscara respiratória de material biodegradável, de baixo custo, reutilizável e que pode ser produzida em impressoras 3D domésticas. As máscaras serão doadas a profissionais de saúde da rede pública.
A máscara é feita do bioplástico PLA, um material biodegradável, formando uma barreira física próxima à boca, evitando a disseminação das partículas virais por pessoas infectadas. Como filtros da máscara, são usados discos de algodão, de 58mm, facilmente encontrados a baixo custo em supermercados e farmácias. Segundo os pesquisadores, um mesmo filtro pode ser utilizado pelo profissional por um período de até 6-8 horas seguidas. A cada uso, basta higienizar a máscara com álcool em gel 70% ou água sanitária convencional, trocar o filtro e voltar a usar o EPI.
Os testes laboratoriais da máscara foram feitos no Núcleo de Pesquisa em Biodiversidade e Biotecnologia (BIOTEC), da Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPar).
“Os testes consistiram em testes de penetração de aerossol, de saturação, de retenção total e também com nanopartículas, que tinham o tamanho aproximado do vírus. De todos os materiais que testamos, os que mais apresentaram resultados combatíveis com a máscara N95 e até melhores que a máscara cirúrgica, em alguns aspectos, foram o disco de algodão e o papel de filtro qualitativo”, relatou a Dra. Alyne Rodrigues de Araújo, biomédica da UFDPar.
Tendo à frente a startup de robótica TRON, a máscara é resultado do trabalho voluntário de profissionais e pesquisadores de áreas como Física, Farmácia, Enfermagem, Química, Engenharia e Biomedicina de universidades e centros de inovação de diversos estados como Sergipe, Goiás, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, além do Piauí.
Pesquisadora da Universidade Federal do Piauí (UFPI), a Profa. Dra. Maria das Graças Medeiros explica que a proposta foi desenvolver um EPI de baixo custo e de fabricação viável no cenário de escassez de equipamentos e de material. Além da Dra. Maria das Graças, a equipe de desenvolvimento do projeto contou com a ajuda de outro docente da UFPI, o Prof. Dr. Lívio César Cunha Nunes.
ufpi