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No momento em que escrevo estas linhas a situação da COVID-19 no mundo registra 737.670 casos e 35.071 mortes (https://www.bing.com/covid). No Brasil são 4.236 casos e 136 mortes. E no Piauí são 14 casos e 3 mortes (um dos maiores percentuais de letalidade no país). Vale ressaltar que, o Brasil tem realizado pouquíssimos testes comparado a países como China, Alemanha, Coreia do Sul e EUA e isso tem dificultado demais no registro do cenário real nacional quanto ao status quo pandemia, bem como consequentemente criado impressões imprecisas e temerárias.

Assim, os especialistas da área sanitária apontam para uma atenção especial com os casos subnotificados, isto é, as estimativas diante dos fatos. Para cada caso oficial são 100 subnotificados e para cada morte ocorrida são 1.000 subnotificações. Assim, em uma conta simples, a projeção indica para 3 mil casos de COVID-19 somente no Piauí. Saliento também para a proporção perigosa entre testar a população/estabelecer isolamento/quarentena e a altíssima velocidade com que a pandemia se prolifera, culminando com o colapso no sistema de saúde (sem condições de operar) levando centenas milhares de pessoas à contaminação e dezenas de milhares aos óbitos. Itália, Espanha e EUA simbolizam claramente esta premissa.

Nessa perspectiva, a primeira pergunta que apresento é a seguinte: Floriano e região (que já tabulou 5 casos suspeitos – 3 no Hospital Regional Tibério Nunes e 2 no Hospital Barjonas Lobão) estão isentas e protegidas do corona vírus e da COVID-19? Outras interpelações: estamos preparados para enfrentar o problema? Nossos hospitais estão preparados para receber a demanda? Quem poderá comprar os caríssimos respiradores para utilizar caso precise? As famílias estão preparadas para substituir nossos idosos pelos jovens nas UTIs (devido ao protocolo de prioridade)? Estamos preparados para a crueldade da forma como as mortes ocorrem, sem despedida, sem enterro? De quem será a responsabilidade por possíveis situações (como aquelas que observamos atentamente pela TV e pela internet) em nossa cidade e região, caso relaxemos nas medidas de enfrentamento extremamente necessárias? Enfim, mais do que cobrança, apresento reflexões da realidade, preocupações e angústias, a fim de que não cheguemos acima do nosso limite e tenhamos dias melhores pela frente. No entanto, ninguém pode fugir de sua RESPONSABILIDADE nesta hora. E isso começa comigo.

Por conseguinte, o momento não permite achismos, irresponsabilidades, egoísmos, vaidades e outras preocupações que não sejam a GARANTIA DA VIDA. Então, é imperativo lermos e ouvirmos cuidadosamente as recomendações dos competentes profissionais da saúde, dos cientistas e da Organização Mundial da Saúde. Ou seja, é bem oportuno o velho e sapiente ditado “cada macaco no seu galho”. O restante pode e deve ser desconsiderado para selecionarmos apenas o que tem procedência.

Contudo, chegou a hora também de jogarmos todos no time da solidariedade e da racionalidade. Nossa cidade tem grandes e importantes instituições e não pode cruzar os braços diante do drama coletivo que ameaça a humanidade como um todo indiscriminadamente. Pessoas de boa vontade, Religiões, PMF, Poder Legislativo, Poder Judiciário, empresários, universidades, órgão de segurança, ONGs, desportistas e entidades em geram temos a capacidade e o dever de ajudar. E a alimentação está entre as principais preocupações no momento. Nossa rede de cuidado tem o potencial de abraçar e acolher a todas e todos.

O governo federal é o principal responsável para comandar as ações de enfrentamento à crise humanitária em praticamente todas as esferas. Exemplificando, temos mais de 1 trilhão reais no BC os quais devem ser usados imediatamente para auxiliar trabalhadores e empresas durante o tempo de isolamento/quarentena e principalmente para colaborar com os órgãos de saúde que estão na linha de frente dessa guerra contra um forte inimigo invisível. Não existe momento mais adequado para tal medida.

Finalizo minha breve explanação sobre o tema informando que, os lugares que adotaram a medida de isolamento social/quarentena precocemente no mundo, na ocasião da gripe espanhola (última pandemia que aconteceu no início do século passado e que matou aproximadamente 100 milhões de pessoas) foram as economias que mais rápido se recuperaram, apesar da inúmeras de dificuldades para o recomeço.

Portanto, rogo a Trindade que nos guie e proteja no sentido de tomarmos as melhores decisões nesse tempo de escolhas fundamentais. Que a nossa mãe terra nos ensine o belo caminho da renovação da natureza, a qual se tornou imune ao vírus e ao caos. Com a imagem na minha mente do Papa Francisco, sozinho e corajoso na solidão da praça São Pedro, mas conectado pela oração com o mundo todo e seu drama humanitário (Urbi et Orbi), auguro que tenhamos aprendido com essa dura lição a via da construção de uma nova era mais humana na sua essência.

Professor Mestre Jardel Viana

FONTES:

https://covid.saude.gov.br/

https://www.bing.com/covid

https://www.diariodocentrodomundo.com.br/estudo-do-mit-sobre-a-gripe-espanhola-mostra-que-quarentena-fez-a-economia-melhorar-no-medio-prazo-por-charles-nisz/

https://www.unicamp.br/unicamp/ju/artigos/peter-schulz/mobilizacao-da-ciencia-em-tempos-de-covid-19

https://www.capitalnews.com.br/capitaltv/biologo-faz-balanco-do-covid-19-no-brasil/340710