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valdirespinsO futebol brasileiro perdeu um de seus nomes mais emblemáticos. Valdir Espinosa não resistiu a.complicações respiratórias após uma operação no estômago e morreu nesta quinta-feira aos 72 anos, no Rio de Janeiro. Ele havia se licenciado do cargo de gerente de futebol do Botafogo para fazer uma cirurgia.

DO GRÊMIO AO ESPORTIVO: ESPINOSA NA LATERAL
Nascido em Porto Alegre no dia 17 de outubro de 1947, Valdir Atahualpa Ramires Espinosa deu seus primeiros passos como jogador no Grêmio em 1968. Inicialmente lateral-direito, Espinosa aos poucos foi se firmando entre os titulares da equipe e teve como contemporâneos o zagueiro Ancheta, o meio-campista Tornio e os atacantes Flecha e Scotta.

Deixou o Tricolor gaúcho e, em 1973, desembarcou no Vitória. No Leão da Barra, Espinosa foi comandado por Carlos Castilho (ex-goleiro e hoje nome do CT do Fluminense) e atuou tanto na lateral direita quanto na esquerda. O time baiano, que tinha os atacantes André Catimba e Osni, proporcionou o primeiro encontro dele com um de seus grandes amigos no futebol: o meia Mário Sérgio, referência no Vitória e que, posteriormente, foi comandado por Valdir Espinosa no Grêmio.

Em 1974, Espinosa voltou a mudar de ares. Então mandatário do CSA, Fernando Collor de Mello apresentou o lateral como uma das contratações de peso da equipe para a disputa do Campeonato Estadual. E não decepcionou: o Azulão do Mutange, que tinha ainda o zagueiro Walmir Louruz, os meias Soareste e Djair e os atacantes Misso e Ricardo, foi bicampeão alagoano.

Logo depois, Espinosa experimentou o outro lado de rivalidade alagoana, ao transferir-se para o CRB. No Galo da Pajuçara, teve como colegas o goleiro César e o atacante Joãozinho Paulista, e sagrou-se campeão estadual em 1976. Seu técnico na época, Jorge Vasconcelos, profetizou que, um dia, Valdir Espinosa se tornaria treinador.

De volta ao futebol gaúcho, o lateral encerrou sua trajetória no Esportivo, onde atuou por cerca de um ano antes de ir para a beira do gramado.

TOPO DO MUNDO COM O GRÊMIO E INÍCIO DE AMIZADE COM RENATO
No ano de 1979, Valdir Espinosa começou sua trajetória como técnico no Esportivo. Com uma campanha avassaladora, o clube de Bento Gonçalves, que tinha entre suas promessas um atacante chamado Renato Gaúcho, alcançou a sua melhor campanha no Gauchão: um vice-campeonato.

Posteriormente, o treinador conquistou títulos estaduais à frente do Ceará, em 1980, e do Londrina, em 1981. Em 1983, ele desembarcou no Grêmio com uma missão árdua: levar a equipe (que perdera o título brasileiro no ano anterior para o Flamengo) à esperada conquista da América.

Tendo à sua disposição jogadores marcantes como o goleiro Mazarópi, o capitão Hugo de León, o zagueiro Baidek, o meia Tita, os atacantes Cesar e Caio e o astro Renato Gaúcho, Espinosa conduziu o Tricolor gaúcho ao título da Libertadores. Caio e Cesar (que saíra do banco de reservas) decretaram o triunfo por 2 a 1 sobre o Peñarol, no Olímpico.

Meses depois, Valdir Espinosa levou o Grêmio ao maior título de sua história. Contando com as chegadas do seu antigo companheiro de gramado Mário Sérgio e do atacante Paulo Cezar Caju, e dois gols de Renato Gaúcho, o Tricolor derrotou na prorrogação o Hamburgo (ALE) por 2 a 1 e sagrou-se campeão do Mundial Interclubes.

Ele deixou o Olímpico no ano seguinte e teve uma passagem pelo Al Hilal, clube no qual sagrou-se campeão saudita em 1985. Contudo, em 1986 voltou ao Grêmio e conduziu a equipe a mais um título: o Campeonato Gaúcho. Na época, voltou a ter sob seu comando Renato Gaúcho, Mazaropi, Baidek e Osvaldo e contou com novidades como o volante Bonamigo e o meio-campista Valdo.

ESPECIALISTA EM FIM DE JEJUM
No ano de 1987, Valdir Espinosa aceitou uma missão árdua: assumir o comando do Cerro Porteño. Sucessor de Puskás na beira do campo, ele tentaria tirar a equipe de uma seca de nove anos sem títulos. Com uma campanha histórica (na qual venceu os três turnos), o Ciclón sagrou-se campeão graças a um brasileiro: o atacante Tarciso, com quem Espinosa trabalhou no Grêmio, decretou a vitória por 1 a 0 sobre o Libertad.

O elenco do Cerro ainda trazia nomes como o goleiro Raúl Navarro, o zagueiro Rivarola, os meias García e Struway e o atacante Román, que marcaram época no futebol paraguaio. Espinosa seguiu no clube até o fim de 1988, quando aceitou outro desafio.

 

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