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Quem um dia cursou o ensino fundamental estudou biologia e aprendeu que “verme” é uma palavra de designação genérica de um bicho sem vertebras e articulções, que corrói  os cadáveres nas sepulturas que podem ser chamados de teníase e outras parasitoses.

Em política, existem dois tipos de animais: o animal político objetivo do contexto da palavra, por excelência, que exerce a atividade com princípio ético e moral,  fazendo dela uma missão a partir da pluralidade e das diferenças entre os homens, busca o sentido transformador da política e o seu valor finalístico, e  o outro animal é o subjetivo e de fato,  é o verme humano, aquele bípede que não vive para a política, vive da política, mas particularmente, da fruição imoral do poder.

Neste sentido, em nada diferem dos seus correspondentes invertebrados e parasitários. Como eles, aninham-se nas entranhas do poder, roedores que são, alimentam-se de suas carnes e da seiva que move as máquinas, sejam públicas ou privadas: o dinheiro.

O verme político subjetivo nem sempre é visto a olho nu, ou seja, não é um ser macroscópico. Muitas vezes, é um ser microscópico. Passa despercebido,  disfarça  bem as características dos gusanos até que põe suas unhas de fora, mas,  eles não têm unhas, têm uma espécie de ventosas grudadas na fonte dos nutrientes,  quando chegam ao ambiente miasmático do poder. Tornam-se visíveis,  engordam para cima e para os lados, porém continuam vermes, bichinhos de fome insaciável e de difícil tratamento.

Claro que, antes de se tornar visível, dá para perceber o verme em formação.  Eles têm o faro das conveniências,  o discurso de ocasião, grandiloquente e meloso, a prática da esperteza e a disposição servil para as mil e umas utilidades do velho bombril. Tudo bem dosado para assegurar a conquista triunfante dos nacos do poder. E uma vez no poder, se lambuzam, descaradamente, na pilantragem e na corrupção. Esses são os vermes que sugam a população, dilapidam o patrimônio público e extinguem paulatinamente a educação, a saúde e tudo que possa comtribuir para o desenvolvimento e melhorar a vida da população.  

O tratamento é difícil, a cura, impossível. Não há política sem grandes homens convivendo com homúnculos que atuam como os vermes da vida animal. A política é necessária, desde que não seja usada como meio de sobrevivência e profissão.  Obrigatóriamente deve existir mudança em cada eleição, de quatro em quatro anos,  tanto no poder executivo quanto no legislativo.  Em uma  democracia plena de pessoas civilizadas é inadimissível, que os mesmos poíticos e as mesmas famílas  permanençam  no poder usando a política como um bem ou um patrimônio hereditário.   

De fato, não há como eliminar a verminose na política. Não há vacinas, nem vermífugos que erradiquem a doença. Mas é possível combater e reduzir a peste com a terapia que só pode ser oferecida por uma educação de qualidade, que possa ser erradicada principalmente  em cada núcleo familiar,  no ensino fundamental, médio e superior.

              osorio12

Por José Osorio Filho. Ouça. . 

Da redação