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O convite do presidente Jair Bolsonaro à atriz Regina Duarte para assumir o comando da Secretaria Especial da Cultura do governo federal foi recebido com críticas e ironias por artistas alinhados à esquerda. Atores como José de Abreu e Gregorio Duvivier, além do diretor Kleber Mendonça Filho e a documentarista Debora Diniz estão entre os que comentário a possível nomeação. Regina Duarte ainda não respondeu se aceita o convite.

“Personagem e criatura se confundem na adoração que ela devota ao presidente Bolsonaro”, escreveu Debora Diniz no Twitter. “Ela é matéria que incorpora a libido do poder patriarcal. Uma mulher em submissão encantada.”


reginabolsonaroJosé de Abreu reagiu com ironia à possibilidade de Regina assumir o posto: “Breaking Faking News: Regina Duarte exige a recriação do Ministério da Cultura para participar do governo. ‘Sempre fui a protagonista, não será agora que vou ser a secretária. Quase não tem fala'”, debochou, também no Twitter.


Na mesma rede social, Duvivier escreveu: “Se a Regina Duarte aceitar, quem ela vai nomear pro ponto eletrônico?”, questionou, citando um recurso que a atriz já admitiu usar em algumas cenas para lembrar as falas. Já o diretor de Bacurau, Kleber Mendonça Filho, se limitou a compartilhar uma notícia sobre a possível nomeação com a mensagem: “O caos reina”, em inglês.


A empresária e produtora cultural Paula Lavigne, organizadora do movimento 342 Artes, disse que Regina “é de direita, mas não é nazista”. “Acho que na situação de desmonte total da cultura que estamos vivendo, ter Regina Duarte pode ajudar. Ela é de direita, mas não é nazista: redução de danos”, disse ao jornal O Estado de S. Paulo.

O escritor Paulo Coelho avaliou que “não faz diferença” se a nova Secretária Especial de Cultura seja Regina Duarte ou outra pessoa, porque quem manda no governo é Bolsonaro e seus filhos, também noticiou o O Estado de S. Paulo. “Regina Duarte ou outro não faz diferença – quem manda no governo é o líder e seus filhos. Moro, Guedes, Mourão, todos já sabem disso: antes tentaram ter voz própria e agora não piam mais”, escreveu, e depois apagou, o “Mago” no Twitter.

Convidada por Bolsonaro, Regina Duarte deve decidir nesta segunda-feira se aceita o convite após encontro com o presidente no Rio de Janeiro. O cargo para a chefia da Secretaria Especial de Cultura ficou vago depois da exoneração de Roberto Alvim, que parafraseou em um vídeo uma fala do ministro da Propaganda de Adolf Hitler, Joseph Goebbels.

 

Veja

Foto: reprodução