Centenas de fiéis participam da primeira missa em homenagem à Santa Dulce dos Pobres, que começou às 5h (horário de Brasília) na Basílica Sant'Andrea della Valle, em Roma, que tem capacidade para mil pessoas sentadas. A missa está sendo celebrada em português por Dom Murilo Krieger, arcebispo de Salvador, terra natal da santa. As cinco primeiras filas foram reservadas a autoridades como o vice-presidente Hamilton Mourão e os presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), do Senado Federal, Davi Alcolumbre (DEM-AP) e do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli.
— Há muitos pedidos no coração de cada um — diz Krieger, que não conheceu Santa Dulce. — Ouvi relatos, como o de um menino de 15 anos que lhe pediu para não morrer abandonado na rua. Santa Dulce era assim. Ela não planejou fazer esta obra social, tudo foi acontecendo naturalmente.
Santa Dulce foi canonizada este domingo pelo Papa Francisco, diante de 50 mil pessoas, no Vaticano.
O prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), foi muito assediado na entrada da missa e falou sobre os possíveis reflexos da canonização na cidade:
— Não há dúvidas de que a canonização de Santa Dulce terá um impacto muito grande em uma cidade já marcada pela religiosidade. Vamos ter mais peregrinos e romeiros interessados (no turismo religioso). Meu avô ficaria muito emocionado neste momento, ele ajudou a Santa Dulce durante toda sua vida. Quis o destino que eu fosse perfeito neste momento e pude ajudar Maria Rita.
A sobrinha da nova santa, Maria Rita Lopes Pontes, recebeu os convidados da missa perto do altar. No início da cerimônia, ela entrou na igreja segurando uma cruz de madeira.
— Diria que este reconhecimento tem mais valor para sua obra do que para ela. Isso só teria importância para toa se houvesse uma multiplicação de suas obras sociais — descreve Maria Rita.
Veja também: MP pede fiscalização de gastos de autoridades em viagem para canonização de Irmã Dulce
Segundo Maria Rita, são esperadas 55 mil pessoas em uma missa em homenagem à santa na Fonte Nova, em Salvador, no próximo domingo.
O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, compareceu à missa nesta segunda-feira, mas não deu entrevista.
Devota de Santa Dulce, a cantora Margareth Menezes, que cantou um hino durante a canonização, voltará a se apresentar, assim como o saxofonista Waldonys.
Santa Dulce, que morreu em 1992, teve a terceira canonização mais rápida da História, atrás apenas de Madre Teresa de Calcutá (cujo processo durou 19 anos) e do Papa João Paulo II (nove anos).
O Globo
Foto: divulgação