O papa Francisco enviou no início de maio uma carta ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que cumpre pena de oito anos e 10 meses de prisão em Curitiba após condenação por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Na correspondência, revelada pela jornalista Monica Bergamo, da Folha de S. Paulo, o líder da Igreja Católica pede para o petista "não desanimar e continuar confiando em Deus".
O documento é uma resposta a uma carta enviada por Lula em março passado, na qual, segundo o Papa, o ex-presidente agradecia por sua "contribuição para a defesa dos direitos dos mais pobres e desfavorecidos" do Brasil, "confidenciava seu estado de ânimo e comunicava sua avaliação sobre o contexto sócio-político" do País.
"Tendo presente as duras provas que o senhor viveu ultimamente, especialmente a perda de alguns entes queridos - sua esposa Marisa Letícia, seu irmão Genival Inácio e, mais recentemente, seu neto Arthur, de somente sete anos -, quero lhe manifestar minha proximidade espiritual e lhe encorajar pedindo para não desanimar e continuar confiando em Deus", diz o Papa.
Além disso, Francisco afirma que a "responsabilidade política constitui um desafio permanente para todos aqueles que recebem o mandato de servir o seu país, de proteger as pessoas que habitam nele e de trabalhar para criar as condições de um futuro digno e justo".
"Nestes dias, estamos celebrando a Ressurreição do Senhor. O triunfo de Jesus Cristo sobre a morte é a esperança da humanidade. A sua Páscoa, sua passagem da morte à vida, é também a nossa páscoa. Graças a Ele, podemos passar da escuridão para a Luz [...], da incredulidade e do desespero para a alegria serena e profunda de quem acredita que, no final, o bem vencerá o mal, a verdade vencerá a mentira e a Salvação vencerá a condenação", diz Jorge Bergoglio.
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