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O que o cidadão, pagador de impostos, pode esperar de positivo do país se, por exemplo, o STF não se preocupa com as injustiças sociais daqueles milhões de miseráveis brasileiros sem ter o que comer e faz licitação extravagante para forrar a mesa de seus comensais, com artigos como lagosta, bacalhau, vinhos e uísques diversos etc., com o país na pindaíba onde o governo faz corte de verbas para a educação e exige a aprovação da reforma da Previdência para equilibrar as contas públicas? 

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Ora, o governo tem coragem de propor reajuste nas contas previdenciárias - interferindo nos direitos adquiridos de trabalhadores ativos e inativos -, de fazer campanha na mídia e mandar parlamentares sensibilizarem a sociedade, mas não tem a mesma disposição de providenciar o corte das extravagantes mordomias e despesas nos Três Poderes da República, por quê? Respondam, excelências!

O escárnio presente do STF com a sociedade mais carente, que não tem o que comer, envergonha a República e indigna qualquer cidadão. 

Essa licitação do STF não pode passar batido no Legislativo Federal, o qual tem a obrigação de fiscalizar os gastos públicos, inclusive os do próprio Congresso Nacional. 

O Brasil é terminantemente um país irremediável, onde o Judiciário, montado sobre pilhas de privilégios e mordomias, desrespeita solenemente a preocupação moralizadora dos artigos 5º e 37 da Constituição Federal, ou seja, respectivamente, tratamento igualitário para todos e os princípios da moralidade e impessoalidade. 

De fato, o STF está se lixando com a patuleia brasileira, que passa fome e que é numerosa. 

Pois bem, de onde se espera que o sentimento de respeito, consideração e justiça brote como água na fonte, eis a aqui a grande decepção ao ler a notícia de que o desembargador Kassio Marques, do TREF1, suspendeu a medida liminar que barrava a compra de itens de luxo como lagosta, bacalhau, vinhos, uísques etc. pelo STF. Argumentou que "a dignidade" da Corte exige essas iguarias.

 E com a dignidade dos pobres trabalhadores brasileiros, espoliados com a cobrança de alta carga tributária, o “ilustre” desembargador e o STF não se preocupam? Falta dinheiro para a educação, saúde e segurança, mas não falta para bancar o faustoso banquete de comensais no STF. 

Em tempos de ajustes fiscais, em que país maravilhoso pensam que estão os senhores ministros da Suprema Corte para não se preocuparem com os gastos públicos? 

Em tramitação no Congresso está a proposta governamental da reforma da Previdência para gerar recursos visando equilibrar as contas públicas, e assim mesmo com o país numa pindaíba os meritíssimos magistrados da Suprema Corte ainda desejam mesa farta com iguarias dos deuses? Depois querem exigir respeito da sociedade, como? 

O Brasil precisa de um portentoso choque de moralidade e respeito nas áreas da administração pública. Não sabemos mais a quem apelar. Se o povo não se convencer de que unido e sem bandeira partidária pode fazer pressão para que o país trilhe pelos caminhos do respeito, da moralidade, da justiça etc., então, não haverá alternativa positiva para o Brasil. E aqueles que puderem, lamentavelmente, vão embora daqui.

Júlio César Cardoso

Balneário Camboriú-SC