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Fugindo de uma grande seca que assolava a região de Oeiras, em meados da década de 70, acompanhei meus pais, que em busca de melhores condições de vida resolveram deixar a sua Unidade de Produção Familiar e a localidade Malhada Grande migrando para o município de Floriano.

Seca

Na época a economia de Floriano encontrava-se razoavelmente aquecida por conta da construção da ponte sobre o Rio Parnaíba, além disso, o município continuava se consolidando como um importante polo regional atendendo demandas comerciais e de serviços da macrorregião, incluindo a parte leste do
Maranhão e pela localização em importante entroncamento rodoviário equidistante em relação aos principais centros econômicos e populacionais do Norte Nordeste do País.

Quarenta anos depois, o cenário econômico, com algumas exceções, permanece ancorado no binômio comércio e serviços com tendência de exaustão, pois a cada dia vários municípios do entorno vem se fortalecendo nestas mesmas áreas. Verificando dados do IBGE constata-se uma variação tímida do
Produto Interno Bruto de R$ 280.284 em 2006 para R$ 473.875 em 2010 e R$ 599.932,14 em 2015 sendo a composição deste último valor oriundo dos seguintes setores: Agropecuário R$ 14.016,50;

Serviços R$ 515.988,73 e indústria 14.016,50.
Novos cenários se apresentam como prováveis elementos que poderão provocar uma significante alteração do quadro atual e, nesse sentido novas portunidades vêm se materializando. Em 2008 participei de um evento que foi realizado no Assentamento Cachoeira, zona rural de Floriano, tratava-se da apresentação de parte dos estudos incluindo uma demonstração prática do mapeamento da existência de gás e petróleo na bacia do Rio Parnaíba. Para alguns, na época era apenas mais uma propaganda com fins eleitorais, para outros, principalmente os proprietários de terra uma oportunidade de valorização e retorno econômico em médio longo prazo. É o que está ocorrendo já há alguns anos no lado maranhense da bacia do Rio Parnaíba onde segundo reportagens consultadas, em quatro anos foram revertidos em Royalties cerca de 230 milhões, distribuídos entre o Estado, municípios e
proprietários.

No percurso que regularmente faço entre Floriano e Teresina, há quinze dias me deparei com uma superestrutura montada na margem da rodovia, trata-se da SONDA QG 2 de uma das empresas que iniciava a fase de perfuração do primeiro poço na perspectiva de ampliar para fins de exploração comercial, nesse momento deduzi, em fim, chegando o gás que faltava para ajudar na dinamização da economia Florianense.

Com essa grande oportunidade espera-se que o poder local trave um bom diálogo com a empresa já instalada no sentido de ampliar os ganhos do município para além da mera arrecadação de impostos e mitigação dos efeitos na natureza e população local, ampliando estas iniciativas rumo à responsabilidade social voltado para as áreas de educação ambiental, bacias hidrográficas, saneamento rural e dinamização produtiva das Unidades de Produção Familiar situadas no entorno.


*Técnico em Agropecuária, Lic. Pedagogia com Especialização em Gestão do Trabalho
Pedagógico/Extensionista Rural do EMATER-PI.

IMAGEM: ilustrativa