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O senador José Serra (PSDB-SP) publicou, em 12/04/2018, no jornal O Estado de S.Paulo, o artigo acima  titulado, com a seguinte introdução: “No último domingo o Estadão publicou editorial sobre a situação dos hospitais no Brasil. O jornal destacou o quadro emergencial das Santas Casas, diante de sua importância no provimento de serviços de saúde. Resolver essa questão passa por soluções de curto e de longo prazo, a serem encaminhadas com a máxima urgência. Não nos vamos iludir: a saúde demanda mais recursos e mais gestão".

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 A propósito do artigo do senador  José Serra,  faço algumas considerações, que são extensivas a todos os senadores e senadoras, que desfrutam escandalosamente de assistência médico-hospitalar gratuita e vitalícia no Senado, inclusive, vejam o absurdo, abrange os ex-senadores e familiares. 

 Bem, o problema calamitoso da situação da saúde pública brasileira está na falta de vergonha  dos políticos  que até hoje só cuidaram de seus próprios interesses, em detrimento das necessidades sociais, mormente, das classes mais carentes.  Quando a CPMF foi instituída para a saúde, o seu objetivo principal foi desvirtuado, porque  é assim que os políticos tratam com menoscabo e desrespeito as matérias relativas ao bem-estar social.

 Se este país fosse composto por políticos honrados, que não pensassem somente em seus interesses e em suas reeleições, mas tivessem respeito pelo tripé educação, saúde e segurança, o Brasil seria uma grande potência.

 Por outro lado, se todos os políticos fossem obrigados a usar o sistema público de saúde, a situação seria bem outra. E o senador Serra  não estaria agora elucubrando tergiversações desnecessárias

 Causa perplexidade a  verborragia do senador  a respeito da saúde, pois o senador  José Serra, um privilegiado, até hoje não foi capaz, ou melhor, não teve a decência republicana de envidar esforços para que fosse sustada, no Senado, a imoral, a indecente e injusta bonomia dos serviços médicos e hospitalares gratuitos e vitalícios a que fazem jus os senadores, ex-senadores e familiares. E tudo isso ao arrepio dos artigos 5º e 37 da Constituição Federal.

 Assim, não podem ter decência pública todos aqueles senadores e senadoras que se valem imoralmente  dos serviços médicos e hospitalares gratuitos e vitalícios, ofertados pelo Senado Federal e custeados pelo bolso de cada contribuinte nacional. Todos, portanto, beneficiários da bondade do Senado paga com dinheiro do povo,   são autênticos larápios da República e não são merecedores de nosso respeito. Deveriam ter vergonha de representar o povo no Parlamento e de ainda se candidatarem à reeleição ou a outros cargos importantes da República.

Júlio César Cardoso 

Bacharel em Direito e servidor federal aposentado

Balneário Camboriú-SC