Um ano após a morte de Alexandre Magno Abrão, o Chorão, o filho do ex-vocalista do Charlie Brown Junior, Alexandre Abrão, falou, em entrevista, sobre as lembranças, dificuldades e da saudade que sente do pai. O único filho do cantor continua com os projetos do cantor e luta para manter vivo o nome de Chorão, que foi encontrado morto dentro da própria casa no dia 6 de março de 2013.
O garoto, de apenas 23 anos, estava trabalhando como fotógrafo oficial da banda nos últimos meses de Charlie Brown Jr. Ele fez parte da equipe do grupo nos cinco últimos shows e assumiu o posto que era de Jerry Rossato, que foi o responsável pelas imagens da banda durante sete anos.
O filho do cantor conta que os trabalhos feitos com o pai renderam elogios por parte de Rossato e que histórias curiosas aconteciam na relação entre pai e filho. “Depois de todos os acontecimentos, o Jerry pegou algumas fotos que fiz do meu pai e me disse que nunca conseguiu tirar fotos como eu tirava, porque, segundo ele, meu pai olhava para mim e sorria”, afirma.
Segundo Alexandre, o relacionamento entre ele e Chorão melhorou muito com a maior frequência dele nos shows do Charlie Brown. Segundo ele, isso explica as fotos especiais que tirava do pai. “A gente tinha um relacionamento muito bom. Talvez isso acontecesse porque eu estava feliz de estar ali com ele e ele estava feliz por me ter por perto”, conta.
Um ano da morte de Chorão
A história entre pai e filho teve que ser interrompida. No dia 6 de março de 2013, dia da morte de Chorão, Alexandre diz ter passado pelo pior dia de sua vida e, a partir daquele momento, todos os dias seis são dias de lembrança e tristeza por saudade do pai. “Eu perdi meu pai. Dói muito até hoje. Não tem um dia que não seja difícil. Todo dia seis para mim é o pior dia da minha vida, mas a única coisa que eu tenho para fazer é continuar batalhando, criando coisas novas e honrando o nome dele”, comenta.
Para o filho do cantor, as lembranças de Chorão ficam por conta dos tempos que passavam juntos. “O que eu guardo dele são só os momentos bons, quando a gente viajava junto, quando a gente comia pizza e lasanha vendo filmes”, diz.
Amadurecimento
Completado um ano da morte do pai, o filho do cantor diz que foi obrigado a amadurecer para que o nome de Chorão não fosse esquecido. “Eu posso dizer que eu deixei de ser um moleque qualquer e cresci. Eu tive que calçar o sapato do meu pai e fui por aí dando a minha cara a tapa para poder continuar batalhando no que ele sempre acreditou, que é a música e a arte dele”, diz.
Projetos
Depois da morte do pai, Alexandre tomou a frente das produções de Chorão e fez com que alguns projetos do pai saíssem do papel. Um deles foi a criação de dois clipes e o lançamento do CD La Família 013, que conta com músicas inéditas do Charlie Brown Jr..
Em um dos clipes que produziu, o filho do cantor reuniu 100 fãs e amigos famosos do pai, como Marcelo D2 e Supla, para cantar uma das últimas músicas compostas por Chorão. “Foi uma homenagem. Nós chamamos 100 fãs, colocamos em conjunto com os amigos dele e o microfone original dele, o microfone que ele usava nas gravações. Então colocar ali todo mundo junto gritando e cantando a música dele, naquele astral, não tem como assistir aquele clipe e não dar um sorriso. Não tem como chegar ao final e não derrubar uma lágrima”, lembra.
Alexandre está preparando um festival em comemoração ao aniversário de Chorão. Segundo ele, a ideia é que o local tenha tudo que seu pai mais gostava e que seus principais amigos estejam presentes. “Nós fizemos contato com alguns amigos do meu pai e eles já confirmaram. Vai ter muito hip-hop, grafite e skate, tudo o que ele gostava”, conclui.