O padre de uma cidade do interior de São Paulo que defendia o direito ao casamento homossexual por parte da Igreja Católica, entre outras posições polêmicas, foi excomungado hoje. Roberto Francisco Daniel, 48 anos, havia rezado ontem sua última missa em Bauru, cidade a 300 km da capital paulista, em evento concorrido no município. Progressista, disse que deixaria de exercer funções religiosas após se desentender com a cúpula da Igreja há alguns meses, mas poderia voltar um dia.

Isso, porém, não deve ocorrer. Em comunicado publicado hoje, a Diocese de Bauru anunciou a excomunhão do religioso pela atitude “incompatível” com as obrigações sacerdotais. “Em nome da “liberdade de expressão” (o padre) traiu o compromisso de fidelidade à Igreja a qual ele jurou servir no dia de sua ordenação sacerdotal”, diz a nota


Em vídeo divulgado na internet há cerca de dois meses, o padre havia defendido que a igreja deveria aceitar o casamento homossexual e banir a distinção de pessoas por sua sexualidade. “Se a ciência humana está constatando que hoje não dá mais para enquadrar seres humanos em homossexuais, bissexuais ou heterossexuais, nós deveríamos simplesmente nos enquadrar como seres sexuados, e que o amor pode surgir em qualquer um desses níveis”, defendeu então.


A Diocese de Bauru convocou um padre canonista perito em Direito Penal Canônico para aplicar a Lei da Igreja. O Bispo Diocesano, Caetano Ferrari, 70 anos, já havia dado chance para que Roberto Daniel se retratasse das declarações, o que não ocorreu. Moderno, o padre era conhecido por frequentar locais como bares e beber cerveja, além de usar camisas de bandas de rock, como Pink Floyd.


Fonte: Exame