O escritor, jornalista, etnólogo e teatrólogo Júlio Romão da Silva, faleceu na manhã deste sábado, 9, aos 95 anos. Ele trabalhou na imprensa do Rio de Janeiro, ao lado de nomes como Graciliano Ramos, e ocupava a cadeira número 31 da Academia Piauiense de Letras.
Em dezembro, a Academia Piauiense de Letras e a Universidade Federal do Piauí (UFPI) lançaram "Júlio Romão da Silva: entre o formão, a pena e a flecha", publicação que reúne livros e artigos do escritor, organizada pelo professor Élio Ferreira e o teatrólogo Ací Campelo.
A notícia foi confirmada por Ací Campelo. Júlio Romão teria falecido em sua casa, na zona Sudeste de Teresina. Ací Campelo revelou que estava sendo produzido um documentário e chegou a realizar mais de seis horas de entrevista com Romão, ainda em fase de edição.
Júlio Romão nasceu em 22 de maio de 1917. Superou a vida pobre e saiu de Teresina para São Luís (MA) e depois o Rio de Janeiro, onde chegou a mendigar, mas conseguiu se sobressair. O jornalista é nome de rua na cidade do Rio de Janeiro e também cidadão carioca. Em 2010, a Universidade Federal do Piauí também o concedeu o título de Doutor Honoris Causa.
Sua bibliografia reúne obras como: Os Escravos, 1947; O Monólogo dos Gestos, 1968; José, o Vidente, 1974 (teatro); Luís Gama e Suas Poesias Satíricas, 1954; Geoonomásticos Cariocas de Procedência Indígena, 1962; Evolução do Estudo das Línguas Indígenas do Brasil, 1965; A Mensagem do Salmos; Denominações Indígenas Indígenas na Toponímia Carioca, 1966, Cultura Humanística em Portugal e Arte de Biografar, 1974; Louvado Seja Castro Alves, 1975; Geolingüística de Fronteira e os Anjos Caídos.
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