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Depois de “Macacos me mordam – A Comédia”, o grupo Harém de Teatro chega com novo trunfo cênico aos palcos, para 2013. O espetáculo autoral “Abrigo São Loucas ou Três Personagens à Procura de um Aqüé”, que estreou dia 25 de janeiro deste, em Floriano, é a nova pecha histriônica para muitas gargalhadas e entretenimento do público, na abordagem de assuntos sérios à crítica construtiva das sociedades.

 

“A peça é um inventário popular da política piauiense nos últimos 50 anos. Os espectadores certamente identificarão situações vividas pela nossa sociedade”, conta Arimatan Martins, diretor e autor do texto mapeado. Da Trilogia hareniana, assinala que “Ela foi iniciada com 'Macacos me mordam', que discutia arte e ciência, e encerrará com 'A Revolta das Barbies', voltada para arte e comportamento, com estreia prevista para 2014”, finaliza.

 

Depois da crise com direitos autorais, o Grupo Harém se reinventa e, no investimento da dramaturgia própria, monta essa que é a número dois da Trilogia Ciência e Dramaturgia. Com “Macacos me mordam – A comédia” abriu os mercados e futuro ao triângulo das desnudas intenções. Com esse segundo vértice cênico do projeto de textos próprios, que já é fato, o “Abrigo São Loucas ou Três Personagens à Procura de um Aqüé” abre flancos de estabelecimento à montagem de textos independentes e forjados na oficina criativa do Grupo.

 

“Abrigo São Loucas ou Três Personagens à Procura de um Aqüé”, com texto autuado-flagrante da mente insuspeita de Arimatan Martins, faz uma nova investida que estará em cartaz no Teatro SESC AVENIDA, em Parnaíba, nos dias 22 e 23 de Fevereiro, às 20h. A estreia prevista para Teresina, só em março.

 

Trabalhando com elenco menor, O Harém traz na cena para “loucuras” do humor inteligente, os atores Emanuel Andrade, Fernando Jorge Freitas, Francisco de Castro e Francisco Pellé. O ator Francisco Pellé, que interage como uma das ex-primeiras damas, decaídas por força das novas estratégias da lei de responsabilidade fiscal brasileira, aponta que, escolher outra cidade, que não a capital, para a estréia do espetáculo tem suas justificativas. Segundo ele, o Harém, em seus 26 anos, rodou o mundo com os espetáculos, mas sempre estreou em Teresina. Dessa vez, optou-se por um diferencial. À Princesinha do Sul, já computado o borderô de estreia, o ator diz que a escolha foi “Pela sua importância cultural para o Piauí e pela excelente receptividade da cidade aos nossos trabalhos.” Uma experiência válida e revigorante nessa fase autoral do grupo, conclui Pellé.

 

Agora “Abrigo São Loucas....” invadirá a praia parnaibana. E a dramaturgia regida pela picardia, ironias e inteligência dramáticas, ao humor garimpado, será para público de gregos e praianos também. Reafirmará o discurso hareniano de atrair a atenção para o homem brasileiro no centro da cena, apresentando a peça na Parnaíba, grande eixo cultural no norte do estado. A idéia é “Incluir Parnaíba no roteiro teatral de circulação de grandes espetáculos que passam por Teresina. A cidade de Parnaíba tem sua importância capital e cultural de grande público, que conhece e gosta de teatro”, afirma. Afastada da capital, circuito natural de passagem de espetáculos, é aquela cidade do litoral um grande centro de recepção de teatro e acaba por perder “Produções que por aqui circulam”, completa Pellé.

 

A peça é de entretenimento e crítica reflexiva ilustrada à cena distanciada, sendo de linguagem de comédia político absurda. Intertextualiza a espera de um novo tempo bom, e pode estar na esteira deus ex-machine da reinvenção teatral para Godots e, talvez, Pirandellos aproximados pela estética própria do Harém.

 

 “Abrigo São Loucas ou Três Personagens à Procura de Um Aqüé”, nos dias 22 e 23 de Fevereiro, às 20h, no Teatro SESC AVENIDA, em Parnaíba. É pagar para ver e recuperar o riso através da boa cena nacional para teatro de propósitos.

 

 Ascom