Você fez parte da minha infância, viajamos juntos nos caminhos da vida. Eu, uma matéria com composição química de oxigênio, carbono, hidrogênio, azoto, cálcio, fósforo, potássio e enxofre, e o Rio com a sua união de fórmulas e naturalidade diferente da minha, composto por dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio.
Nas águas do Rio, eu embalei a vida, diante da esperança de alcançar o conhecimento da existência e sobrevivência de diferentes formas de vida. Um dia fui obrigado a distanciar-me do Rio, mas o amor que sinto por ele me marcou profundamente, o meu coração sangra e, a cada dia que passa, aflora em meu ser a imagem do Rio tentando sobreviver.
Agora, após tanto tempo, observo as margens do Rio sufocadas e desmatadas, agonizando, tentando chegar até o mar. Em diferentes caminhos, ele grita, ninguém ouve as suas mágoas e, durante seu percurso, só encontra os seres “pensantes”, que contribuem para o fim da sua estrada, poluindo as suas águas e obstruindo a sua jornada.
As flores sorriem quando o Rio canta, os cânticos do Rio ecoam na plenitude da profundidade da terra, a existência real dos seres vivos depende das águas do Rio. No entanto, a estupidez dos homens não os deixa enxergar a realidade dos horizontes da vida vegetal e animal.
Da redação