As surpresas da vida me fazem chorar, são lágrimas amigas em forma de noite e de luar. É diante dessa grande sensibilidade que vivo e acredito em outro mundo que não seja esse universo vulgar, cheio de miséria singular, que perfuram minha alma e o sentido do meu olhar. Talvez eu seja um ser, que precisa ser, que caminha sem luz na escuridão do amanhecer, outras pessoas nunca me enxergarão, ando na névoa e sou amigo e irmão da solidão, vivo do nada, quem me orienta são minhas mãos e o destino de minha vida é traçado no interior do meu coração.
Há horas, portanto, que é melhor ser planta e produzir flores, do que ser escravizador de consciências humanas e, mais do que suficiente, é não prometer nada e fazer o que nunca prometeu, do que ser aliciador de seres miseráveis em todos os sentidos da vida. A pior injustiça de uma suposta democracia é a farsa do sistema político e educacional, que submete a população à miserabilidade econômica e intelectual. Portanto, um povo que defende bandidos envolvidos em processos bilionários de corrupção não merece ser digno de nada, sequer podemos chamá-los de cidadãos. Sinto, às vezes, que esse sistema político só nós traz dor.
É só ilusão de um sonhador, parece que a quimera da existência humana é uma invenção banal de um animal irracional, que nunca terá certeza da finitude de seus horizontes, neste mundo sem brilho e sem riso. Todo homem fere, insulta, mata e rouba. Os supostos bons não dizem nada, ficam com a dor atravessada, os outros são cegos e surdos, os restos dos flagelos humanos elegem os mesmos corruptos e os poderes constituídos fabricam conveniências.
De redação
Texto: José Osòrio Filho
Voz: Allan Carlos, da Rádio Alvorada