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Após mais uma polemica envolvendo a arbitragem, o São Paulo tomou a decisão de não entrar com o pedido de anulação da partida contra o Ceará. Apesar de entender que uma eventual solicitação seria acatada, o Tricolor entende que seria beneficiado por uma falha do juiz em campo, mesmo que tenha conduzido mal a situação.

O que aconteceu foi que, durante a partida, o atacante Pablo marcou gol em posição irregular e teve seu gol anulado. Entretanto, após intervenção do VAR, o gol foi validado. O jogo foi reiniciado, mas o árbitro foi novamente chamado pela cabine de vídeo e voltou atrás, anulando definitivamente o gol, o que vai contra as regras do jogo uma vez que já havia sido dada continuidade à partida.
O São Paulo publicou, em nota oficial, seu posicionamento. E acredita que conseguiria cancelar o resultado da partida. Mesmo assim, optou por não fazê-lo, entendendo que seria beneficiado por um erro e afirmando não querer deixar nenhum asterisco em sua história. Mas pede que o uso do VAR seja revisto no Brasil e para que haja maior capacitação dos árbitros.

Neste sábado o Tricolor enfrenta o Bahia pela 23ª rodada. A equipe de Fernando Diniz ainda tem dois jogos atrasados, contra Goiás e Botafogo.

Confira a nota oficial do São Paulo

"Jogamos futebol porque acreditamos nesse esporte como meio de atingir a felicidade. O futebol é, no Brasil, a maior expressão do povo brasileiro. E este esporte, os clubes de futebol e os campeonatos só existem por causa da paixão - para quem não sabe, é disso que o futebol é feito e é isso que o mantém vivo, de geração para geração.

Ocorre, no entanto, que acontecimentos como o presenciado nesta quarta-feira (25), na Arena Castelão, em nossa partida contra o Ceará, estão ferindo e fazendo sangrar, dia após dia, a paixão pelo futebol.

O São Paulo deixa claro que sabe que houve impedimento no lance e que a decisão correta seria a anulação do gol, mas alerta que isso não implica na inexistência do indiscutível erro de direito que veio a seguir e que justifica esta nota.

O erro da arbitragem foi algo acima de interpretação, que incorre em descumprimento de regra básica do jogo: o próprio Livro de Regras, que embasa a arbitragem brasileira e é documento público disponibilizado pela CBF, afirma que não se pode alterar uma decisão após o reinício da partida. Vimos o contrário acontecer, no entanto.

Em nota oficial publicada na noite desta quinta-feira (26), a Comissão Nacional de Arbitragem da CBF não só atestou que houve, sim, uma alteração da decisão do VAR após o reinício do jogo, como também relatou que houve uma falha de comunicação entre o árbitro Wagner do Nascimento Magalhães e o VAR causada por uma comunicação paralela e simultânea entre o árbitro de campo e o quarto árbitro.

É preciso, hoje, que um clube diga com clareza que a aplicação do VAR precisa ser revista no Brasil. A tecnologia é bem-vinda, mas precisa ser bem aplicada. Todo o futebol brasileiro se beneficiará de mais capacitação, transparência e de maior clareza quanto às diretrizes que embasam as decisões. Precisamos cuidar do futebol brasileiro.

Vale lembrar que esta não foi a primeira vez em que o São Paulo foi prejudicado em uma decisão de jogo que envolveu o VAR. Há três meses tivemos um atleta agredido no Morumbi em clássico contra o Corinthians em lance que não resultou em punição para o agressor, e também um gol de Luciano contra o Atlético-MG em que a tecnologia de vídeo apontou impedimento equivocadamente - erro posteriormente assumido pela Comissão Nacional de Arbitragem.

Como futebol é feito e vive de paixão, o São Paulo aproveita o momento para relembrar do que este clube é feito em sua essência. Este clube tem princípios, é balizado pela retidão de conduta e se orgulha de fazer o correto. Por isso, não ingressará com o pedido para anulação da partida apesar de ter a segurança que o pleito seria aceito uma vez que houve evidente erro de direito e descumprimento de regra básica do jogo.

O São Paulo não quer, no entanto, se beneficiar do que teria sido um erro. Nos orgulhamos de nossa história incontestável e sem asteriscos, e assim a manteremos".

 

Gazetaesportiva