O duelo com o Boca Juniors bate à porta e encontra um Inter sem saber que rumo tomar para voltar a um padrão mínimo de jogo que dê resultados. Voltar a jogar bem, nem se cogita. Hoje é um passo secundário, quase fora de cogitação para uma equipe que liderava o Brasileirão bem pouco tempo atrás.
A três dias do jogo de ida das oitavas de final da Libertadores, na próxima quarta-feira, às 21h30, no Beira-Rio, Abel Braga acumula tentativas frustradas de fazer a equipe funcionar nos quatro jogos que comandou até aqui. A última delas veio na derrota por 2 a 1 para o Fluminense, no último domingo, no Beira-Rio, pela 22ª rodada do Brasileirão.
O tropeço não teve o treinador a à beira do campo, devido a um quadro de Covid-19. Mas teve um diagnóstico alarmante de seu substituto, o auxiliar Leomir de Souza. Desorientado, o Inter sequer sabe que problema precisa solucionar.
Se soubéssemos do problema, já teríamos talvez resolvido. Realmente, a coisa não está legal"
Abel chegou sob a promessa de continuidade ao trabalho de Eduardo Coudet. Mas o que se vê até aqui é uma mudança brusca de filosofia que parece multiplicar problemas, em vez de resolvê-los.
Abel fez uma réplica – apenas no papel – da equipe titular de seu antecessor para a estreia, com derrota para o América-MG pela Copa do Brasil. Havia chegado no dia anterior, sem tempo algum para sequer tentar alguma mudança. Desde então, a ruptura foi gritante, desde o esquema à postura.
O tempo não foi – nem será – seu aliado para trabalhos de campo. Mas ele incorreu em tentativas frustradas de fazer o Inter render num novo esquema, o 4-2-3-1. Falta intensidade, sobram lentidão com a bola e espaços sem ela. E o time patina.
Na derrota por 2 a 0 para o Santos, Rodrigo Dourado na primeira linha, e Mauricio, na segunda, foram as caras novas. O Inter teve um lampejo de superioridade no início do segundo tempo. E foi só.
Depois, foi a vez de D'Alessandro ser titular como meia central na eliminação para o América-MG na Copa do Brasil. O Inter ficou mais de 70% do jogo com a posse de bola e nada fez com ela. A vitória, seguida de queda nos pênaltis, veio no último lance, em uma bola alçada para a área, já na base do desespero.
GE