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guerreoTrês jogos e 151 minutos. Parece pouco, quase nada. Mas é mais do que suficiente para Paolo Guerrero fazer valer a pena cada segundo dos oito meses de espera dos colorados por vê-lo com a camisa 9 do Inter. Nesta terça-feira, o peruano exorcizou de vez o drama da suspensão por doping e brilhou com dois gols na vitória por 3 a 2 sobre o Palestino, no Beira-Rio.


Logo em sua estreia pelo clube na Libertadores e em um espaço tão curto de tempo, o centroavante já volta a sentir o sabor de ser protagonista dos gols decisivos que se habituou a marcar. Os dois desta terça-feira carimbaram a vaga do Inter nas oitavas de final da competição com duas rodadas de antecedência.

O estado de contemplação e encanto que invadiu as 41 mil almas eufóricas nas arquibancadas do Beira-Rio é natural e impossível de ser contido. Os três gols marcados em dois jogos fazem o peruano superar o início por Corinthians e Flamengo para viver sua melhor arrancada por um clube no Brasil.


Pelo Timão, o camisa 9 precisou de sete jogos para balançar as redes pela primeira vez e só chegou a três gols após 11 partidas. No Rubro-Negro, levou três jogos para fazer três gols – o que não é nada mal, diga-se.

De quebra, Guerrero é o primeiro estrangeiro a marcar por três equipes brasileiras diferentes na Libertadores. São, ao todo, 12 gols: oito pelo Corinthians, dois pelo Flamengo e agora dois pelo Inter.

– (Fazer gols) É meu trabalho. Estou conhecendo meus companheiros. O time vem trabalhando forte. Todo mundo se sente à vontade para jogar bem. Fiquei fora oito meses. A única coisa que passava pela minha cabeça era voltar a jogar logo. É a maior alegria para dar a minha família. Eles estavam muito tristes. Quero dar de presente aos meus pais títulos porque assim eles voltarão a ser felizes – diz o centroavante.
2 jogos
151 minutos*
3 gols
1 gol a cada 50,3 minutos
Encaixe imediato
Os números e os gols são expressivos e impressionam torcedores, companheiros, dirigentes e comissão técnica. Mas o encaixe imediato de Guerrero à mecânica de jogo do Inter também empolga.

O peruano viveu os últimos oito meses afastado dos gramados. Mas jogou como se já estivesse inserido na equipe há anos, justamente pela característica que dá à função na referência do ataque. Camisa 9 típico, o centroavante faz o Inter retomar o estilo de atuação dos melhores momentos do Brasileirão de 2018, à época com Leandro Damião.


O peruano usa sua imposição física para fazer pivô e proteger a bola à espera da aproximação dos companheiros. Assim, ele atrai a defesa rival e a segura até entregar passes a quem vem de trás, em velocidade e progressão.

Na amostragem dos 151 minutos vividos em campo pelo Inter até aqui, Guerrero também já comprovou suas credenciais de centroavante terminal, com faro de gol e repertório para definir. Contra o Caxias, usou a impulsão para subir muito e cabecear forte, após cobrança de escanteio de Camilo.

"(Guerrero) É um grande jogador, fez dois gols hoje. Eu não adiantarei escalação (do Gre-Nal). É simples. Deixa ele ficar com dúvidas porque senão ele relaxa"(Odair Hellmann)

 

GE

Foto: Eduardo Deconto / GloboEsporte.com