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gremioParece música do mesmo disco. Mas quando o assunto é Grêmio e Libertadores em 2019, fica difícil não se repetir. Nesta quinta-feira, na derrota por 1 a 0 para a Universidad Católica, no Estádio San Carlos de Apoquindo, na capital chilena, o próprio time se repetiu em erros, atuação ruim e um desencaixe coletivo. No pós-jogo, percebeu-se um abatimento geral no discurso.


Até Renato Gaúcho, sempre otimista e por vezes até bancando classificações, como fez no Gauchão em 2018, evitou um discurso mais forte. Admitiu os erros, citou uma "pane geral" no time e não viu poder de reação.

O técnico foi o último a sair do vestiário, algo incomum nas partidas fora de casa. Deixou o estádio com os dirigentes, logo depois do capitão Maicon, último jogador a ir para o ônibus - Jean Pyerre estava no exame antidoping.

  • Ainda dá, mas precisamos acordar na competição. São três jogos e apenas um ponto. Chance temos, mas precisamos corrigir o que não tem ocorrido. Nos últimos jogos, a equipe não demonstra aquele poder de reação. Mas é normal, Libertadores é assim. Se pensamos em passar de fase, a partir de quarta precisamos vencer, o que infelizmente ainda não conseguimos - reconheceu Renato.

  • No vestiário, o golpe de mais uma derrota foi sentido. Pelo menos essa foi a impressão observando as movimentações de entrevistas e também de conversas informais, seja de dirigentes, membros da comissão técnica e jogadores.

Pouco barulho, atletas deixavam o estádio em grupos, enquanto outro companheiro atendia aos jornalistas, e uma sensação de apatia. Mostrada também em campo.

  • Tomamos um gol um pouco cedo, caímos mais um pouco. A equipe oscilou muito durante o jogo. Não conseguimos chegar, criar. Faltou tranquilidade. Talvez faltou um pouquinho de vontade. Temos que levantar a cabeça. Não dá para se lamentar. Libertadores sempre vai ser complicado - disse Diego Tardelli.

  • Kannemann foi o único a dar respostas mais firmes. Não gostou de ser perguntado se o elenco estava acomodado após os títulos conquistados recentemente. Renato chegou a dizer que responderia, mas o zagueiro chamou a responsabilidade. Depois, terminou a entrevista ao dizer que o Grêmio não desistirá de buscar a classificação.

- Precisamos dar um plus, algo a mais, todos nós. Jogador por jogador. Aqui não se salva ninguém. Já classifiquei com a matemática no último minuto e depois conseguimos o título (com o San Lorenzo). O Grêmio não se dará por vencido - garantiu o gringo.
Grêmio "passivo"

Em campo, esse abatimento foi visto em um time "passivo" - uma avaliação de Everton após o jogo - e conforme à marcação da Católica, mais ajustada e intensa. O Grêmio parecia se arrastar. Pouco criou, como contra o Libertad, e deixou a defesa exposta, uma praxe até agora na Libertadores.

Na sua entrevista, o técnico da Católica, Gustavo Quinteros, revelou a estratégia de aproveitar as costas dos laterais Cortez e Leonardo.

  • O Grêmio costuma ser uma equipe com posse de bola e jogar com os laterais adiantados. Tratamos de aproveitar isso. Roubar a bola no meio e atacar pelos lados - resumiu o treinador.

  • Troca de passes, movimentação ofensiva, passar da marcação adversária... Enquanto a Católica tocava a bola e evidenciava o espaço entre setores do Grêmio, o Tricolor não conseguia iludir o adversário e entrar na área. Só teve uma chance de gol, com Cortez, no segundo tempo, que foi também a única finalização perigosa da equipe.

Para não dizer que tudo é má notícia, o Rosario Central foi derrotado por 2 a 0 pelo Libertad e pegou a lanterna da mão do Grêmio por ter saldo de gols pior. Para esquecer a Libertadores - ao menos um pouco - o time gaúcho tem a partida de volta da semifinal do Gauchão, às 16h de domingo, contra o São Luiz. O primeiro jogo terminou 0 a 0 em Ijuí.

 

GE

Foto: Eduardo Moura / GloboEsporte.com