A Fifa ainda estuda a possibilidade de ampliar de 32 para 48 o número de seleções participantes da próxima Copa do Mundo, a ser disputada no Catar. O que também está na pauta, de maneira oculta, não oficial, é a possibilidade de aumentar o número de sedes do torneio.
Dirigentes da Fifa gostariam de ver o Mundial em outros países da região, como o Bahrein e os Emirados Árabes Unidos. A ideia seria antecipar em quatro anos o modelo proposto por EUA, México e Canadá, que pretendem organizar em conjunto a Copa de 2026. A candidatura da América do Norte disputa com o Marrocos.
Mas a possibilidade de dividir a organização do Mundial de 2022 com outros países é fortemente rechaçada pelo embaixador do Catar no Brasil, Mohammed Al-Hayki. Em entrevista por telefone ao GloboEsporte.com, o embaixador declarou que seu país está pronto para organizar a Copa do Mundo sozinho.
– Você deve se lembrar que, quando nos candidatamos, estávamos sozinhos. Assim como os EUA, a Austrália e os demais candidatos. E agora estamos com quase tudo pronto. Não recebemos nenhum pedido formal (da Fifa) para ampliar o número de sedes. Então não vejo nenhuma razão para outro país se juntar a nós. É um trabalho nosso. Se a Fifa nos pedir para aumentar o Mundial para 48 seleções, vamos estudar a proposta - disse Mohammed Al-Hayki.
O plano da Fifa é especialmente complicado porque envolve resolver uma crise geopolítica que já dura um ano – e não dá sinais de que vá arrefecer tão cedo. Desde junho de 2017, o Catar está sob bloqueio econômico imposto por quatro países – Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Egito.
Al-Hayki afirma que o bloqueio não afeta a organização do Catar para receber a Copa do Mundo em 2022:
– Esses países querem sabotar a Copa do Mundo no Catar, mas não vão conseguir. Nas primeiras semanas do bloqueio nós tivemos que superar obstáculos para conseguir os materiais necessários para continuar as obras dos estádios, do sistema de transporte e toda a infraestrutura. Agora nós já temos dois terços de tudo pronto, e o bloqueio não vai afetar o nosso cronograma de obras.
A ideia de antecipar para 2022 o inchaço da Copa do Mundo é dos países da América do Sul – Brasil incluído. A proposta não prevê o aumento no número de sedes, mas na Fifa isso é visto como inevitável por causa do tamanho do Catar, um país quatro vezes menor que o Estado do Rio de Janeiro, por exemplo.
Al-Hayki afirma que o Qatar está acostumado a superar obstáculos desde 2010, quando venceu a disputada para receber a Copa de 2022.
– Todas as questões que foram levantadas acabaram resolvidas. Até o problema do calor foi resolvido, vamos jogar em novembro. Se você lembrar, também houve tentativas de mostrar o Brasil como um país que não estava pronto para receber a Copa. E o Brasil fez uma linda festa. Vamos fazer uma Copa espetacular também, estamos prontos para isso.
GE
Foto: Jamila Gontijo / Divulgação