A Bola de Ouro já se tornou tradicional no futebol, mas a Fifa decidiu expandir o prêmio para além das quatro linhas. Na Football Medicine Conference Brazil 2014, evento que acontecerá neste fim de semana, a entidade concederá a honraria para dois notáveis médicos brasileiros ligados ao esporte.
José Luiz Runco e Joaquim Grava receberão o prêmio como forma de reconhecimento pelos serviços prestados ao esporte nacional. "A Bola de Ouro já é comum no futebol, então decidimos entregar ela também para os dois médicos que já fizeram muito pelo esporte e não têm agradecimento merecido", revelou Moises Cohen, ortopedista especialista em medicina esportiva, membro do Centro de Excelência da Fifa no Brasil e um dos organizadores do evento.
Runco, que, curiosamente, decidiu cursar medicina após operar o joelho quando adolescente, é o chefe do departamento médico da seleção brasileira desde 1998 e também do Flamengo. Nos mais de 35 anos envolvido com o esporte, o profissional já passou Vasco, Botafogo e até pela seleção do Iraque.
Joaquim Grava é médico do Corinthians há mais de 23 anos, já passou pelo Santos e serviu a seleção brasileira. O profissional dá nome ao Centro de Treinamento do clube paulista, inaugurado em 2010, por ser um dos idealizadores do projeto.
Além dos brasileiros, outros dois médicos internacionais ganharão a Bola de Ouro da Fifa no mesmo evento. Michel D'Hooghe, belga que preside o Comitê Médico da Fifa, e Jiri Dvorak, que nasceu na República Tcheca e é o Diretor Médico da entidade.
Football Medicine Conference Brazil 2014
São Paulo receberá neste fim de semana o Football Medicine Conference Brazil 2014, evento que durará dois dias e contará com diversas palestras sobre medicina esportiva. De olho na Copa do Mundo, entre os assuntos debatidos estarão o doping e as doenças tropicais.
Segundo Cohen, todo material recolhido no doping será enviado para a sede da Fifa, na Suíça, para análise durante a Copa do Mundo. A maior preocupação dos médicos é com o doping genético, método que transforma os genes responsáveis pelas habilidades requeridas no esporte, em vez da tradicional ingestão de substâncias proibidas.
Sobre as doenças tropicais, o que mais aflige a entidade é a dengue e a malária, problemas pouco comuns em continentes como a Europa e a Oceania. As delegações de todos os países já chegarão ao Brasil vacinadas contra as doenças.
"Será uma ótima oportunidade para debater os mais diversos assuntos da medicina como lesões, problemas clínicos e até doenças sexualmente transmissíveis. Pela primeira vez antes de uma Copa do Mundo um evento como este reunirá tantos profissionais competentes", declarou Cohen.
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