A Europol, organização da polícia europeia, informou nesta segunda-feira que descobriu uma rede de corrupção internacional no futebol. Mais de quinze países em todo mundo estão implicados no esquema e cerca de 50 pessoas foram presas. Partidas da Champions League e das eliminatórias para a Copa do Mundo estão sob suspeita.
Segundo Rob Wainwright, diretor da Europol, foram identificados mais de “380 jogos de futebol profissional em que foi identificada a prática suspeitosa de apostas ilegais”. A rede criminal está espalhada entre a Europa e Ásia. Foi provada a prática de manipulação de resultados em 150 casos investigados.
“Realizamos a maior investigação sobre arranjos suspeitos no futebol. Enormes quantidades de dinheiro foram envolvidas”, afirmou Wainwright, que emitiu 28 mandados internacionais de prisão.
Uma das partidas da Champions League sob suspeita foi disputada na Inglaterra, mas os investigadores não revelaram quais equipes estavam envolvidas. Como exemplo de partida suspeita, a Europol indicou um jogo sub-20 envolvendo a Argetina e a Bolívia. Na ocasião, o húngaro que apitava a partida deu 13 minutos de acréscimo, além de um pênalti duvidoso quando o relógio marcava 55 minutos do segundo tempo.
Os policiais investigaram durante 18 meses um total de 425 pessoas, como representantes de clubes, jogadores e outros personagens que suspeitam que estiveram envolvidos. Entre os países investigados figuram Alemanha, Eslovênia, Grã-Bretanha, Hungria, Holanda e Turquia.
A rede criminal operava da seguinte maneira: depois dos jogos serem escolhidos, os autores iam atrás de jogadores, juízes ou dirigentes que estivessem envolvidos no duelo. As apostas eram feitas pela internet, utilizando paraísos fiscais para que a rota do dinheiro não fosse identificada.
Segundo informações da organização, essas operações apontaram que os autores das manipulações de resultados lucraram cerca de 8 milhões de euros (R$ 21,6 milhões) e efetuaram subornos no valor de 2 milhões de euros (R$ 5,4 milhões), sendo 140 mil (R$ 378 mil) somente para uma única pessoa. “Há um grande problema de integridade no futebol europeu”, afirmou Wainwright.
ESPN