Ele é italiano, de Bolzano, e veio ao Brasil pela primeira vez em 2011 em busca de novas experiências de vida e também em busca de sol e calor. Richard Oberarzbacher tem 43 anos e ama o Brasil, especialmente pedalar por aqui, país tropical e com variadas opções de terrenos e paisagens ideais para a prática do mountain bike, seu esporte predileto.
Richard já conheceu estados como a Bahia, Pernambuco, Ceará e Piauí e ficou encantado com o litoral piauiense, mas como seu visto era provisório ele teve que retornar para seu país, apesar de ter encontrado por aqui amigos e companheiros de trilhas e também um amor. Quando soube que havia uma competição de bike de longa distância, o Cerapió 2012, programou-se para competir, mas não teve liberação para permanecer no Brasil.
“Fiz o possível para disputar essa prova, mas não pude. Voltei para a Itália; passei mais seis meses lá e só pude retornar neste mês de novembro. Pretendo me casar com uma brasileira em janeiro ou fevereiro e agora vou conseguir participar do Piocerá, pois tenho três meses para ficar aqui até resolver a minha situação e obter dupla cidadania”, disse.
Richard informou que mesmo na Europa participou de maratonas de 80 a 90 quilômetros de percurso até, mas nunca uma prova longa de aproximadamente 400 quilômetros, como o Piocerá - Cerapió. Ele também encarou uma aventura de bike do litoral piauiense até Porto de Galinhas, Pernambuco.
O atleta está ansioso com a experiência inédita no Piocerá e que espera vencer. Sua categoria será a Over-40. Uma das razões da autoconfiança é o rigoroso preparo físico, os treinos intensivos, a vontade de vencer e principalmente porque esse europeu gosta e muito do calor do Brasil, especialmente do Nordeste. “Eu estou treinando com meus colegas uma vez por semana, em média 100 quilômetros, e diariamente faço pedaladas mais curtas. Eu não tenho problema nenhum com sol e altas temperaturas, na verdade eu gosto muito. Na Europa, eu desisti de fazer a Transalp (prova que cruza países como Alemanha e Itália), pois não gosto do frio. Meu corpo não tem rendimento com frio”, disse o atleta de sotaque arrastado.
Richard, que é descendente de alemães, é um naturalista, não come carnes e nem massas. Sua alimentação é à base de frutas, verduras e sucos de frutas frescas e de época, como caju, laranja e melancia. “Não uso suplementos alimentares e nem comidas industrializadas. Correr o rali Piocerá vai ser totalmente novo, vai ser bonito, eu gosto demais de aventura. A minha única preocupação será os pontos de hidratação”.
O atleta participou de algumas provas do Campeonato Piauiense de Mountain Bike, como a Copa XCM e recentemente uma etapa nacional da CBC, o Rally 40 Graus, prova que ele estava liderando até o pneu da sua bike furar. “Não consegui fechar o furo e se não fosse isso teria chegado em primeiro na minha categoria, a Master B1”, disse o biker que também terá como companheira uma bike especial, modelo Cannondale A29, com adaptação feita para ficar mais leve, por meio de suspensão dianteira rígida de carbono.
Além da Over-40, as demais categorias abertas para o Rally de Bike são: Sub-23, Sub-30, Sub-40, Over-50 e Feminino. A equipe técnica dessa modalidade está viajando para o levantamento do percurso, entre Teresina, Piauí, e Fortaleza, no Ceará. O primeiro e quarto dias de prova, o percurso será em linha, de uma cidade a outra. No segundo e terceiro dias, o percurso será um circuito com largada e chegada no mesmo ponto. O 1º dia será Teresina a Campo Maior, o 2º dia será um circuito na cidade de Ubajara, Ceará, o 3º dia será um circuito em Guaramiranga, no Ceará, e o 4º dia a prova será entre Palmácia-CE e Fortaleza. O Rally Piocerá acontece de 20 a 25 de janeiro.
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