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A situação financeira do Vasco começa a alcançar níveis alarmantes. O time completa três meses de salários atrasados nesta sexta-feira e já pode sofrer com a ação de atletas insatisfeitos com a falta de pagamento. Os descontentes poderão encaminhar uma apelação à Fifa para conseguir a rescisão de seus vínculos contratuais com o time cruz-maltino.

 

A confirmação dos 90 dias partiu do meio-campista Fellipe Bastos. O jogador esteve em São Paulo na última quinta-feira para a disputa de uma partida beneficente, no Pacaembu. Descontente com a forma como o Vasco encerrou a temporada nacional, o atleta admitiu que a brusca queda de rendimento na reta final do Brasileiro foi motivada pelo descumprimento dos acordos da diretoria com o elenco.

 

“Nós tentamos esquecer, mas a situação fica difícil com o atraso de salários e premiações. O jogador precisa abstrair isso da cabeça, porque atrapalha muito”, comentou Fellipe Bastos, em entrevista à Gazeta Press. “O Vasco tem seus problemas judiciais e de receitas. A gente entende o lado deles, mas todo trabalhador quer receber. O grupo sabe que a diretoria está se esforçando, mas é claro que ficamos chateados com isso tudo.”

 

Mesmo com a intenção de permanecer no Vasco em 2013, o meia terá o direito de encerrar o seu vínculo com o clube caso os dirigentes não consigam arcar com seus vencimentos. Segundo as leis da Fifa e da Justiça do Trabalho no Brasil, os jogadores que não recebem por três meses podem mover processos para adquirir o direito de negociar com qualquer outra equipe. A medida só não será válida se o clube arcar com os salários previstos na carteira de trabalho.

 

“Eu tenho acompanhado muitas coisas pela internet. Não conversei ainda com o restante do elenco sobre isso, mas a minha intenção é de permanecer no clube. Eu tenho contrato com o Vasco e só espero que este ano acabe de uma vez. Quero que 2013 comece zerado para a gente fazer tudo diferente”, declarou o atleta.

 

Enquanto administra os problemas enfrentados dentro e fora de campo pelo Vasco, Fellipe Bastos compartilha a opinião externada pelo zagueiro Dedé à Gazeta Press, na última terça-feira. Assim como o defensor, o meio-campista revelou uma grande preocupação com os funcionários do clube e pediu para que a diretoria possa priorizar os seus salários. A postura seria o mínimo que a equipe poderia fazer para salvar o Natal dos empregados que precisam de seus pagamentos em dia.

 

“O fim de ano é complicado, e esperamos que as coisas se resolvam até o fim deste mês. Eu torço para que eles consigam pagar os funcionários, que são os mais importantes do clube. O jogador recebe bem, mas os empregados que não ganham tanto vão passar o Natal com problemas para colocar a comida na mesa. Nós reconhecemos o esforço deles e vamos iniciar um novo ano sem pensar nas coisas ruins que aconteceram em 2012”, completou o descontente jogador.

 

 

Espn