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felipao24112012A menos de dois anos da Copa do Mundo de 2014 no Brasil, o técnico Mano Menezes foi demitido da seleção brasileira e outro nome assumirá o cargo no início de 2013 com a missão de formar o time do hexacampeonato. Mas a demissão do treinador pode representar um bom sinal pensando no título mundial daqui a dois anos. Isso, não levando em conta o desempenho da seleção com Mano, e sim o histórico de todas as últimas Copas conquistadas pelo Brasil.

 

Em todas elas – 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002 -, os técnicos que levantaram o caneco junto com a seleção brasileira chegaram a esse êxito sem ter completado o ciclo de quatro anos no comando da equipe nacional. Vicente Feola, Aymoré Moreira, Mario Jorge Lobo Zagallo, Carlos Alberto Parreira e Luiz Felipe Scolari, todos eles campeões do mundo com o Brasil, assumiram o time faltando alguns meses ou, no máximo, três anos para a Copa e, ainda assim, conseguiram levar o título mais importante do futebol mundial.

 

A primeira conquista, com Vicente Feola, veio em tempo recorde. O treinador assumiu a seleção brasileira em maio de 1958 e, um mês depois, já estava estreando na Copa do Mundo, vencendo a Áustria por 3 a 0. Na campanha invicta, o Brasil se classificou em primeiro do grupo, eliminou País de Gales e França na fase final até decidir o título contra a Suécia, vencendo a partida por 5 a 2, conquistando o primeiro título do Mundial em sua história.

 

O treinador campeão também comandaria a seleção na Copa seguinte, mas acabou adoecendo e Aymoré Moreira assumiu o posto em abril de 1961, quando faltava pouco mais de um ano para o Mundial. E, mesmo com a substituição de técnicos ‘em cima da hora’, mais uma vez o Brasil chegou ao topo. Com nova campanha invicta – apenas um empate em cinco jogos -, o time liderado por Mané Garrincha passou por Inglaterra, Chile e Tchecoslováquia e levantou a taça pela segunda vez na Copa do Mundo.

 

Quatro anos depois, Vicente Feola estaria de volta à seleção para a campanha do Mundial de 1966, mas, desta vez, não teve a mesma ‘sorte’, e viu o Brasil ser eliminado ainda na primeira fase.

 

Para a campanha de 1970, era a vez de Zagallo ser jogado ‘na fogueira’, após a demissão de João Saldanha. O ‘Velho Lobo’ assumiu a seleção brasileira em março, a três meses da Copa, e levou o time que tinha Pelé, Tostão e Rivellino a uma campanha histórica no Mundial, só com vitórias e um show dentro de campo. O tricampeonato seria conquistado sobre a Itália em uma goleada na final por 4 a 1.

 

Mas depois do título conquistado com Zagallo, a seleção amargaria 24 anos de jejum na Copa do Mundo e só voltaria ao topo em 1994, com Carlos Alberto Parreira no comando. Mas o técnico do tetra também não completou o ciclo de quatro anos na equipe nacional e assumiu somente em 1991, a três anos do Mundial. Ainda assim, com Romário, Dunga e companhia, o Brasil passou pela primeira fase, eliminou o anfitrião Estados Unidos nas oitavas, a Holanda nas quartas, a Suécia na semi e chegou ao tetra naquela decisão dramática definida nos pênaltis contra a Itália.

 

Quase sete anos depois, a ‘dança os técnicos’ da seleção brasileira estava ainda pior, e no ciclo de 1998 a 2001, três comandantes passaram pelo Brasil em apenas dois anos. O único remanescente foi Felipão, que assumiu o cargo em 2001 depois da saída de Vanderlei Luxemburgo e Emerson Leão e, apesar das decepções iniciais, conseguiu formar a “Família Scolari”, time que encantaria o Japão e a Coreia do Sul e que conquistaria o pentacampeonato mundial. Com Rivaldo, Ronaldinho Gaúcho e Ronaldinho – e sem Romário -, a seleção garantiu o título em uma campanha só com vitórias, passando por Bélgica, Inglaterra e Turquia até bater a Alemanha na final. E, de novo, com um técnico que chegou ‘no meio do caminho’.

 

Agora, a seleção brasileira, que era comandada por Mano Menezes desde o fim do Mundial de 2010, quando Dunga deixou o cargo, tomará um novo rumo em 2013 com outro treinador no comando. A missão do substituto não será fácil. A menos de dois anos da Copa, o Brasil ainda não tem um time definido e a grande missão do novo técnico será justamente transformar os jovens jogadores brasileiros em um time vitorioso para impedir um novo “Maracanazzo” em 2014. E, para isso, pelo menos uma semelhança com outros treinadores campeões, o novato já vai ter.

 

ESPN