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Os advogados que representam o Flamengo conversaram nessa terça-feira, 13, por telefone, com os representantes de Ronaldinho Gaúcho, em nova rodada de negociações para cessar o litígio com valor de R$ 55 milhões - o montante se refere a duas ações movidas pelo jogador, por rescisão unilateral de contrato e danos morais. No entanto, ainda não houve consenso e, segundo uma das partes envolvidas, os valores propostos pelo clube e pedidos pelo atleta continuam distantes. Os rubro-negros pretendem chegar, no máximo, a R$ 11 milhões para encerrar a questão. A possibilidade de pagamento à vista, a princípio, está descartada.

 

Na última quinta-feira, em audiência no Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro (TRT-RJ), foi determinado o prazo de 15 dias para que as partes entrem em acordo. Se não acontecer, será marcada nova audiência. Na ocasião, Ronaldinho Gaúcho deixou o tribunal sorridente, mesmo em meio a muita confusão, e disse que, por ele, haverá acordo.

 

O atleta, hoje no Atlético-MG, tem mantido a postura nos bastidores. Pessoas ligadas à diretoria rubro-negra afirmaram que o ex-camisa 10 da Gávea deseja encerrar a questão rapidamente e amenizar sua relação com a torcida carioca, pois pretende frequentar a cidade. Ele manteve sua casa na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio.

 

A cúpula do clube também tem interesse em resolver a pendência antes da eleição, marcada para 3 de dezembro, especialmente por conta do valor total da ação, que, embora possa vir a ser reduzido, serve de arma para os opositores. A postura do Flamengo mudou completamente em relação ao início do processo. Quando Ronaldinho acionou o clube na Justiça do Trabalho com uma cobrança de R$ 40 milhões, o clube prometeu usar todas as armas possíveis para derrotar o jogador no tribunal. O vice-presidente jurídico do clube, Rafael de Piro, avisou que daria um "tiro de canhão" para ganhar a causa. Cinco dias depois da rescisão contratual, o contra-ataque se traduziu no anúncio da existência de um exame de sangue realizado em dia de treino que apontaria a presença de álcool no organismo do jogador. O anúncio foi feito por De Piro no dia 5 de junho. Seis dias depois, o chefe do departamento médico rubro-negro, José Luiz Runco, desmentiu o teor do exame e criou uma crise interna. Ronaldinho Gaúcho entrou com mais uma ação contra o Flamengo, desta vez cobrando uma indenização de R$ 15 milhões por danos morais. Sem provas, o clube recuou e passou a buscar um acordo.   

 

Porém, a advogada de Ronaldinho, Gislaine Nunes, não se mostrou otimista ao deixar a sala de audiências na semana passada, o mesmo ocorrendo com Bichara Neto, contratado pelo Flamengo. Os advogados de ambas as partes têm adotado cautela no discurso em função do segredo de Justiça, mesma postura de Rafael de Piro, que evita falar sobre o tema.

 

As garantias para o possível acordo deverão ser as cotas de transmissão de jogos. O Flamengo já adiantou R$ 40 milhões na renovação do contrato, verba que seria usada para pagar impostos em atraso. Em acordos judiciais recentes, como o feito com Deivid, o Flamengo também ofereceu essas cotas como garantia, além de outras cláusulas de proteção como multa de 50% por atraso na quitação de parcelas.

 

Ação contra a Traffic em pauta

Em outra frente, o Flamengo começa a analisar com mais intensidade a possibilidade de uma ação judicial contra a Traffic, em função da interrupção dos pagamentos a Ronaldinho Gaúcho no segundo semestre de 2011. O clube deve cobrar da empresa os pagamentos não efetuados ao jogador, que acabaram acarretando, ao lado de supostos atrasos no recolhimento de encargos, o processo para rescisão unilateral do contrato de trabalho e de cessão de direitos de imagem na Justiça, com pedido de indenização de R$ 40 milhões.

 

O fim da parceria foi oficializado em fevereiro deste ano. No ato da contratação de Ronaldinho, a Traffic se responsabilizou pelo pagamento de R$ 750 mil mensais, a título de direitos de imagem. A contrapartida seria, entre outras propriedades, exclusividade na negociação de patrocínios, que renderiam percentuais à empresa a partir do cumprimento de metas. O Flamengo, contudo, depois de meses sem patrocinador, acabou fechando com a Procter&Gamble através de outra agência, a 9ine, do ex-jogador Ronaldo. A Traffic, então, suspendeu os pagamentos e passou a discutir a parceria. As tentativas de acordo falharam e, em fevereiro, o Flamengo anunciou que assumiria a totalidade dos vencimentos do atleta.

 

Em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM no dia 26 de setembro, o diretor executivo da Traffic, Stefano Hawilla, disse não temer uma ação por parte do clube.

 

- De jeito nenhum, a gente não tem nenhum vínculo trabalhista com o Ronaldinho. Eu ajudava o Flamengo a pagar, mas nunca tivemos nenhum vínculo trabalhista com o Ronaldinho. Temos uma relação muito boa com ele e com o Assis.

 

 

Globoesporte