Aquele 27 de agosto de 2010 ficaria marcado para sempre na memória do policial militar John Alves da Silva. O trajeto de casa até o trabalho, feito em sua motocicleta, não seria completado naquele dia. O militar sofreu um acidente que resultaria na amputação de sua mão direita e a perda dos movimentos do braço, mas ele não teve dificuldades em aceitar a sua nova condição e logo iniciou a reabilitação no Ceir. “Não tive problemas para aceitar a minha nova condição, procurei logo me integrar com as pessoas com deficiência”, informa.
Pouco mais de dois anos após o acidente, John Silva está cheio de motivos para sorrir. É que ele acaba de bater o recorde nacional de pontos na prova de tiro esportivo com carabina Mira Aberta de Ar, durante a 6ª etapa do Campeonato Brasileiro, na categoria SH2 (onde os atletas necessitam de apoio para a arma) e é atualmente o paratleta que está em 1º lugar no ranking da Confederação Brasileira de Tiro Esportivo (CBTE).
John Silva, que atualmente está licenciado da Polícia Militar, conta que começou a atirar esportivamente na 1ª Paralimpíada, realizada em 2011 pelo Governo do Estado do Piauí, por meio da Secretaria Estadual para Inclusão da Pessoa com Deficiência (Seid).
“Eu já tinha treinado tiro defensivo pela polícia, mas o tiro de precisão é totalmente diferente. Quando eu soube da realização da 1ª Paralimpíada me interessei e vi que teria prova de tiro, foi aí que comecei a praticar. Outra coisa que tive que superar após o acidente é que eu era destro e foi justamente a mão direita que eu perdi no acidente”, lembra. John já se adaptou a realizar todas as tarefas diárias com a mão esquerda, inclusive a dirigir seu carro, que não é adaptado. “No começo, eu ainda penava na hora da troca de marcha, mas agora já me acostumei”, destaca.
Atualmente John Silva treina no Krac Esporte Clube, que foi parceiro na realização da 1ª Paralimpíada, e já adquiriu uma carabina própria para treinar. “Apesar de ter adquirido minha própria carabina, ela não é adequada para ser utilizada nas provas olímpicas. Nessas competições eu utilizo armas emprestadas, o que geralmente compromete o meu desempenho”, afirma.
O paratleta informa que costuma participar de competições nacionais e que tem obtido bons resultados. “Participei da 1º e da 2ª edição da Copa Brasil de Tiro Esportivo do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), que foram realizadas este ano, em Curitiba, onde obtive a 3º e a 5ª colocação respectivamente. Além disso, costumo participar de competições virtuais do site tirovirtual.com.br e das provas online da Confederação Brasileira de Tiro Esportivo (CBTE)”, informa.
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