A graciosidade de Daiane dos Santos na consagrada coreografia “Brasileirinho”, agora, ficará na lembrança. Um mês após competir pela última vez nas Olimpíadas, em Londres-2012, a ginasta anuncia o fim da carreira. A gaúcha de 29 anos planeja o futuro fora do tablado, mas ainda dentro do esporte que a projetou e lhe trouxe a glória do título de campeã mundial de solo em 2003, conquista inédita para o país.
“O Campeonato Brasileiro (este fim de semana, em Goiânia) seria minha última competição, mas, como vou precisar operar meu joelho, Londres foi a apresentação final. Parei mesmo. Fiquei chateada porque ainda queria competir, mas não deu”, disse.
Na terça-feira, Daiane será submetida a uma artroscopia no joelho esquerdo para retirar um menisco que está solto. As dores, ainda durante os Jogos Olímpicos, a fizeram repensar o futuro e priorizar a saúde:
“Quando voltei, descobri que tinha uma lesão grande. Tive que escolher se competia ou operava, mas eu precisava pensar na minha saúde, não adiantava querer fazer tudo”.
Planos de casar e ter filhos
Com todo um futuro pela frente, a vida pós-ginástica traz um turbilhão de emoções. Atualmente vivendo com o namorado Ramón, Daiane quer casar e ter filhos, mas ainda pensa onde vai se estabelecer.
“O Ramón já mora comigo em São Paulo, mas não decidi se fico aqui, volto para Porto Alegre ou vou para outro lugar. Vai depender do projeto que eu escolher”, resume.
Daiane deixa a ginástica sem tristeza. Pelo contrário, se vê como exemplo e fez seu nome entrar na história do esporte no Brasil, ainda que tenha ficado frustrado o sonho de uma medalha olímpica, especialmente em Atenas-2004, quando era favorita, mas pisou fora do tablado e acabou em quinto lugar:
“Acho que o meu papel foi cumprido. O único título que faltou foi uma medalha olímpica. As coisas aconteceram, tenho meu nome na ginástica”.
A primeira campeã mundial
Gaúcha de Porto Alegre, Daiane começou tarde na ginástica, apenas com 11 anos. Com 16, disputou o seu primeiro Pan-Americano, onde conquistou três medalhas. Em 2003, com 20 anos, ganhou o inédito ouro para ginástica, no solo, no Mundial dos Estados Unidos.
Um ano depois, chegou nas Olimpíadas de Atenas como favorita, mas saiu duas vezes do tablado e ficou em quinto. Depois disso, ela não foi mais a mesma. Foi a Pequim-2008, onde só ficou em sexto, e um ano depois foi pega no doping. Foi de estrela a mais uma na constelação.
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