• Hospital Clinicor
  • Vamol
  • Roma

viniciusO sorriso inconfundível e o jeito de moleque continuam os mesmos. Mas muita coisa mudou na vida de Vinicius Junior em pouco mais de 11 meses. Diante dos olhares de centenas de câmeras e milhares de torcedores, ele amadureceu como jogador. Cada drible, cada gol, cada declaração e cada tropeço são observados e analisados ao extremo no Brasil e na Espanha.

A 18 dias de completar um ano como profissional, a possibilidade de se mudar para Madri em julho é real, mas não é certa. Vinicius já não é mais a promessa que estreou aos 16, contra o Atlético-MG. Hoje é um jogador profissional, mais forte, tático e consciente. Os números são de gente grande. 55 jogos e dez gols que o deram, aos poucos, o status de titular e esperança do Flamengo, que enfrenta nesta quarta, o Santa Fe, em Bogotá, pela Libertadores.

Mudou muito. Na base eu não era muito cobrado para voltar para marcar. No profissional é muito tático. No início, se você pegar o vídeo, em todas as bolas eu ia para cima. Agora vou em duas ou três, mas confiante de que vou ganhar.

Em bate papo com o GloboEsporte.com, antes do jogo contra o Santa Fe, Vinicius repassou seu primeiro ano como profissional. Recordou o nervosismo da estreia, analisou a ainda curta trajetória, brincou com rápido amadurecimento e falou sobre a convivência com o ídolo Julio Cesar. Segundo ele, o fato mais marcante de sua carreira.

Sabe o que completa um ano no dia 13 de maio?

Um ano de profissional do Flamengo. Não tem como esquecer o jogo contra o Atlético-MG, com 40 mil pessoas no Maracanã. Um ano em que realizei um sonho. O sonho de todos que sempre batalharam comigo e me ajudaram a chegar nesse momento.

Descreva o que sentiu.

Muito nervosismo. Comento direto com o Paquetá, estava todo mundo de preto e branco naquele dia (risos). Não conseguia enxergar ninguém de vermelho e preto. Mas foi só aquele jogo. Não tem como descrever o momento, mais de 40 mil pessoas gritando meu nome no Maracanã, realizando o meu sonho.

Hoje você é titular do Flamengo. Imaginava essa evolução tão rápida?

Um ano é muito pouco. Mas com a ajuda dos profissionais que temos e dos jogadores experientes, foi a força que me deu para chegar hoje com essa mentalidade, dentro e fora de campo. Mas eu não imaginava.

Você mudou muito dentro de campo em um ano?

Muito. Na base eu não era muito cobrado para voltar para marcar. No profissional é muito tático. No início do profissional, se você pegar o vídeo, em todas as bolas eu ia para cima. Agora vou em duas ou três, mas confiante de que vou ganhar.

No sábado você deu um drible que ninguém imaginava...

Aquilo é no calor do jogo. Sempre fiz na base. No profissional, ganhando confiança, vou fazendo aos poucos. Vocês ainda vão ver muitos desses dribles durante um bom período aqui no Flamengo.

Em campo, o pessoal ainda pega muito no seu pé?

Hoje é mais tranquilo. Os adversários pedem sempre para eu não me jogar. Eu tento sempre partir para cima, mas com respeito, em direção ao gol.

A única vitória que o Flamengo teve até agora na Libertadores foi contra o Emelec, em uma noite especial sua. O que você espera do jogo contra o Santa Fe? É possível outra noite mágica?

Sempre é possível. Sempre que eu estiver em campo vou dar o máximo e o melhor para o Flamengo para sair com os três pontos, que é o mais importante.

Você já tem 55 jogos como profissional...

Eu, com 17 anos, acho muito. Era para eu estar ainda no primeiro ano de juniores. Pulei algumas etapas, e fico feliz por isso. É o reconhecimento do Flamengo, que vem sempre me ajudando.

Como foi conviver e participar da despedida do Julio Cesar?

Um momento marcante que vai ficar para o resto da minha vida. O Julio Cesar, desde que chegou, sempre ficou no meio da molecada e nos ajudou. Tinha dia que estávamos tristes por ter perdido uma partida, mas a gente via a alegria dele por estar treinando no Flamengo e com as histórias dele. Isso nos ajudava.

A convivência com o Julio Cesar foi o momento mais marcante que já passei no futebol. Um cara que tem uma humildade, mesmo com o tamanho do talento dele. Depois desses três meses, virei mais fã.

Como ele o chamava? Tinha apelido?

Era minhoca, seu moleque, jogador nojento... (gargalhada). Eu também o zoava um pouquinho.

E a amizade com o Paquetá?

Nasceu no profissional. Desde que subi, sempre fiquei muito perto dele e do Vizeu. Mas sou mais próximo do Paquetá. Não só no Flamengo, mas fora sempre marcamos de fazer algo juntos. Ele o Thiago. São os mais próximos.

E aquele passo que vocês fazer na comemoração é ensaiado?

É ensaiado. Vem mais um aí (gargalhada). É surpresa. Que saia contra o Santa Fe.

 

GE

Foto: Marcelo Baltar