O Corinthians se classificou para as quartas de final da Copa Sul-Americana e isso, evidentemente, é bom para o torcedor. No entanto, o desempenho da equipe no segundo jogo contra o RB Bragantino, pela volta das oitavas de final, mostra a inconsistência de um time que é capaz de fazer primeiros 45 minutos brilhantes e cair radicalmente na segunda etapa, colocando a classificação que parecia encaminhada em risco.
O técnico Ramón Díaz optou por escalar o Corinthians no 3-5-2/5-3-2, com Rodrigo Garro mais à frente, próximo de Giovane. Já Igor Coronado atuou um pouco mais recuado, perto de Ryan e Charles. Fagner ganhou a vaga de Matheuzinho na ala direita.
Garro e Coronado conseguiram boas conexões por dentro e deram clareza ao jogo do Timão. Fagner e Bidu foram bastante acionados, assim como Giovane, opção ativa em profundidade.
Mesmo com a vantagem no agregado (vitória na ida por 2 a 1), o Corinthians conseguiu trocar passes e causar incômodo aos visitantes. Na primeira etapa, o bom desempenho do time foi coroado com o gol de Rodrigo Garro, que contou com desvio no meio do caminho e "matou" o goleiro Fabrício.
No segundo tempo, vimos outro jogo. O Corinthians naturalmente teve menos ímpeto, mas chamou atenção e falta de sabedoria dos jogadores para lidar com a vantagem construída. O time se mostrou desatento e sofreu gols oriundos de arremesso lateral e escanteio. A vantagem em pouco tempo deixou de existir e a decisão foi levada par as penalidades máximas.
Nos penais, a estrela do goleiro Hugo Souza apareceu. Mesmo com duas falhas do Corinthians (André Ramalho e Ryan), o arqueiro defendeu três pênaltis e deixou o Timão vivo no torneio sul-americano. Méritos de Hugo Souza à parte, o Corinthians não vai longe nos mata-matas que disputa com esse nível de oscilação durante os 90 minutos. Até por isso, o técnico Ramón Díaz pediu uma "mentalidade copeira" ao time após a partida.
A eliminação na Sul-Americana não seria o fim dos mundos para o Timão, tendo em vista que a prioridade do clube claramente é o Campeonato Brasileiro. Mas a classificação sem dúvida nenhuma traz confiança a um grupo que pouco vem convencendo o torcedor, que não cansa de fazer a sua parte.
Que as lições dessa eliminatória sejam aprendidas pela comissão técnica e pelo elenco para o time seguir avançando nos mata-matas, mesmo com as dificuldades impostas pelo calendário.
Gazeta Esportiva