Contrário à contratação do goleiro argentino Agustín Rossi, um grupo político do Flamengo organizou um 'tuitaço' para que a diretoria de futebol do clube da Gávea reverta a negociação que está sendo feita com o atleta do Boca Juniors e busque um novo defensor para a meta do rubro-negro nas próximas temporadas.
O grupo Flamengo da Gente fez uma publicação em seu perfil oficial em que pede a união da torcida do clube para que o jogador, que foi acusado por uma ex-namorada de tê-la agredido e ameaçado no ano de 2016, quando ainda atuava pelo Defensa y Justicia. O pedido do coletivo é de que, às sete da noite desta quinta-feira, as hashtags #RossiNão e #FutebolSemAgressores sejam utilizadas em massa nas redes sociais. A diretoria do Flamengo espera fechar o negócio ainda nesta semana, para que Rossi integre a pré-temporada do clube do Ninho do Urubu junto de Gerson, outro reforço anunciado, e participe da preparação para o Mundial de Clubes, que será disputado no Marrocos. Leia a nota do Flamengo da Gente na íntegra
"Mais uma vez, o Flamengo associa seu nome à possível contratação de um jogador com histórico de violência contra a mulher. Desta vez, o goleiro argentino Agustín Rossi.
Rossi foi acusado de agredir e ameaçar de morte a ex-namorada, o que, inclusive, causou a desistência de sua contratação pelo time Minnesota United, da MLS, em 2019.
Com essa negociação, a diretoria do Flamengo reitera que eventual conduta criminosa de atletas não é empecilho à sua contratação, mesmo que isso vá de encontro com o mínimo ético, ou viole regras básicas de compliance. Aliás, compliance deveria ser ferramenta importante em um clube que se pretende profissional, inclusive para atrair patrocínios que não dependam de articulações políticas obscuras.
Mas o que esperar de uma diretoria que não possui limites éticos no uso do clube pra fins políticos pessoais? De uma diretoria que chancela a xenofobia de sua diretora de responsabilidade social? Aliás, o que tem a dizer a diretora de responsabilidade social sobre esse tipo de contratação?
Urge ao Flamengo assumir o protagonismo no fomento a uma cultura responsável com relação às violências que atingem a imensa maioria de sua Nação, como o machismo, racismo, homofobia e xenofobia. Essa é a luta do FdG!
Rossi pode ser o segundo atleta com histórico de violência a ser contratado por essa diretoria no período de seis meses. E não podemos esquecer da tentativa recente de contratação de treinador condenado por estupro.
Essas atitudes põem em risco o movimento recente de profissionalização do clube, e o atual elenco vem provando nos últimos 4 anos que não é preciso abrir mão das melhores práticas de condutas para ser campeão.
Nunca é demais lembrar que a trajetória do goleiro Bruno no Flamengo passou pela negligência da diretoria em relação a episódios anteriores ao feminicídio pelo qual ele foi condenado e que já indicavam o comportamento misógino do atleta. O fim trágico todos nós lembramos.
O Flamengo está disposto a correr mais esse risco? Nós não estamos!
A violência de gênero deve ser combatida de forma exemplar e é dever do Flamengo estabelecer esse padrão cultural p
ara todos que representam o nosso Manto, inclusive com previsão contratual.
O FdG rechaça e condena a contratação do goleiro Augustin Rossi e reforça seu compromisso em defesa de um Flamengo que respeite e proteja a pluralidade de nossa torcida".
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Foto: (Manuel Cortina/SOPA Images/LightRocket via Getty Images)