O Mundo do esporte entrou em luto devido ao falecimento de um dos maiores jogadores de todos os tempos, o Rei Pelé, que enfrentava um tumor de cólon. Mas se o craque marcou o futebol mundial, para a Seleção Brasileira, Edson Arantes do Nascimento, deixou um legado de sucesso, sendo um dos principais símbolos da equipe canarinho. Pelé conseguiu sagrar-se o maior ídolo da equipe canarinho.
Nascido em Três Corações no dia 23 de outubro de 1940, o Rei Pelé foi um dos maiores expoentes que o esporte já viu. Maior artilheiro da história da Seleção, com 95 gols marcados, O Rei do Futebol levantou três dos nossos cinco títulos de Copa do Mundo (1958, 1962 e 1970) e revolucionou o futebol com sua genialidade e domínio completo de todos os fundamentos.
Pelé a majestade do futebol parecia não compreender como conseguiu ser tão bem sucedido no esporte, algo que ele deixou claro em uma entrevista exclusiva ao site da CBF, realizada em fevereiro de 2020. Religioso, o camisa 10 afirmou que, nos momentos de oração, pedia "explicações" a Deus pelo motivo de tanto sucesso e êxito em sua carreira.
"Por que, Deus? Por que eu fui o escolhido? É uma coisa que é difícil explicar. Porque eu queria ser, durante toda minha vida, igual ao Dondinho, meu pai. E Deus me deu esse presente de acontecer tudo o que aconteceu na minha vida. Então tem hora que eu não sei como explicar, porque é difícil (risos). Até hoje fico me perguntando, orando. Quando estou rezando um terço, às vezes eu pergunto para ele: ‘Jesus, você que sofreu tanto na cruz, me explica: - por que eu sou tão abençoado assim?’ Por vezes, eu tenho que rezar assim, porque não tem uma explicação. Porque só o que eu queria no futebol era ser igual ao meu pai. E Deus me deu tudo isso”, declarou na época.
A longa e bem sucedida história do jogador com a Seleção começou muito cedo. Revelado pelo Santos em 1957, o craque fez sua estreia pela equipe canarinho com apenas 16 anos, em 7 de julho de 1957, em um duelo justamente contra a Argentina e apesar de o Brasil ter perdido por 2 a 1, o estreante foi o autor do gol do Brasil. Pelé assumiu o status de majestade do futebol logo em sua primeira Copa do Mundo em 1958, quando tinha apenas 17 anos de idade. Com seis gols marcados, o Rei foi fundamental na conquista do Mundial disputado na Suécia e deu início a um reinado jamais visto no futebol, sagrando-se também o atleta mais jovem a vencer uma Copa.
Único atleta a ganhar três Copas do Mundo, o Rei voltou a levantar as taças em 1962, no Chile, e 1970, no México. Em 1971, Pelé se despediu da Seleção Brasileira, mas jamais deixou de ser a figura do futebol brasileiro e mundial. Até hoje, ele é dono do recorde de gols ao marcar 1281 tentos na carreira. Em 2020, o eterno camisa 10 foi homenageado pela CBF com a produção de uma estátua do Rei, que está exposta no Museu da Seleção Brasileira, na sede da CBF, no Rio.
Quem viu o que o Rei se tornou, não pode imaginar que um dia o atleta chegou a ser reprovado em uma avaliação da Seleção Brasileira. Na Copa de 1958, a CBD contratou o psicólogo João Carvalhaes para realizar uma avaliação de inteligência e equilíbrio psicológico, e o resultado do jovem jogador que marcou apenas 63 de 123 pontos, o que fez com que o psicólogo recomendasse a comissão que não levasse o atleta para o Mundial. Segundo a análise de Carvalhaes, Pelé era "obviamente infantil” e sem senso de responsabilidade. Para alegria do torcedor a recomendação não foi acatada e o jogador foi considerado pela imprensa uma das revelações do torneio. Posteriormente, o próprio Pelé admitiu que não se sentia “muito responsável” na época.
Mesmo com apenas 31 anos, Pelé deu adeus à Amarelinha em 1971. Diante de um Maracanã lotado, o Rei esteve na Seleção Brasileira que enfrentou a Iugoslávia no dia 18 de julho. O jogo terminou em um empate por 2 a 2, com gols de Gerson e Rivellino. Mas foi em 1990, que Pelé vestiu pela última vez a camisa da Seleção Brasileira. Na ocasião, foi organizada uma partida de celebração pelos 50 anos do Rei. Em Milão, Pelé foi comemorado num embate entre a Seleção Brasileira e uma Seleção do Mundo, com figuras como Marco Van Basten, Roger Milla, George Hagi e Stoichkov. O Brasil, que tinha uma Seleção renovada após a Copa do Mundo de 90, apresentava alguns jogadores jovens, como César Sampaio e Neto. Em campo, o Rei não marcou, mas quase teve a chance. Em uma jogada no segundo tempo, Rinaldo entrou em um dois contra um diante da zaga adversária. Mas em vez de tocar para o Rei, o então atacante do Fluminense preferiu driblar o defensor e tentar o gol, sem sucesso. O lance gerou uma grande vaia dos italianos presentes no Giuseppe Meazza, palco da partida.
Pelé Seleção Brasileira (de 1957 a 1971) Jogos: 113 Gols: 95 84 vitórias, 15 empates e 14 derrotas Títulos: Copa do Mundo (1958, 1962 e 1970), Copa Roca (1957 e 1963), Taça do Atlântico (1960), Taça Oswaldo Cruz (1958, 1962 e 1968) e Taça Bernardo O'Higgins (1959)
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Foto: Ricardo Stuckert/CBF