A derrota por 1 a 0 para o Corinthians gerou vandalismo na sede social do Palmeiras. Depois do clássico, disputado em Itaquera, ainda no final da noite de quarta-feira, torcedores quebraram os portões da entrada do clube na rua Palestra Itália. A ação durou poucos minutos e deixou estragos.
Cerca de dez de torcedores acertaram seguidos chutes nos portões. Um deles chegou a abrir e vândalos entraram no clube. Foram registrados alguns equipamentos quebrados, como televisores, além dos danos aos portões.
A partida contra o Corinthians ocorreu depois de o Palmeiras ficar sem entrar em campo desde 14 de março. A equipe comandada pelo técnico Vanderlei Luxemburgo perdeu por 1 a 0, com gol do zagueiro Gil, aos 14 minutos do primeiro tempo, em Itaquera. O Dérbi foi válido pela penúltima rodada da primeira fase do Campeonato Paulista.
O Palmeiras já entrou em campo classificado para as quartas de final do Campeonato Paulista, pois o Novorizontino perdeu da Ponte Preta e não poderá mais alcançá-lo no Grupo B. Porém, o time está em segundo lugar e, para ser líder, no domingo, às 16h, pela última rodada da primeira fase, recebe o Água Santa, no Allianz Parque, precisando vencer e torcendo para o Santo André tropeçar contra o Ituano, no Canindé.
Jorge Pagura, presidente da Comissão Médica da CBF e coordenador do “Guia Médico para o retorno das atividades do futebol brasileiro”, não vê possibilidade de abrir os portões dos estádios para torcedores durante a pandemia do novo coronavírus. Sendo assim, o Campeonato Brasileiro deve fechar o ano sem aquele calor da torcida.
] "Só depois da vacinação. Não vejo possibilidade antes disso. É uma doença muito nova. Vamos ter o barulho do silêncio. Retorno precisa ser com responsabilidade", disse o doutor ao programa 'Jogo em casa', da Grupo Globo.
Ele ainda revelou algumas medidas que serão realizadas em meio à pandemia, como mudança no sistema de doping, e sobre a logística enfrentada pelo clube neste novo calendário do futebol nacional.
"Todos vão ser testados e terão que preencher inquérito epidemiológico. Se existir qualquer dúvida no questionário, ele bloqueia e o médico terá que entrar em contato conosco para reavaliar a situação. Temos uma logística montada pelo hospital Albert Einstein. Teste a cada 72h com resultado que sai entre 24h e 8h antes da partida. Você tem uma condição melhor de controle", falou Pagura, que completou.
"Temos que obedecer as normas e tomar certos cuidados. Hoje andar de avião não está entre as situações com risco grande. Mas esperamos que se comportem dentro das medidas protetivas. Entrar antes no veículo, se comportar dentro das medidas protetivas. O ideal era não sentar uma pessoa no banco do meio, mas não temos como evitar", concluiu.
Sobre o doping: "Nós vamos diminuir o número de atletas. Evitar aglomeração no sorteio. Será feito antes. Invés de dois atletas por time, será um. Todos vão estar protegidos", completou.
PARALISAÇÃO? Ele também não garantiu que aconteça algo semelhante ao que houve com o Campeonato Catarinense, que precisou ser paralisado após surto dentro da Chapecoense.
"Não tem como garantir. Não se previne 100%. Trabalha-se com seriedade para chegar perto disso. A tendência é que a pandemia caia. Vamos depender da prevalência da doença Importante é a segurança. Isso não tem preço, mas tem limites. Estamos avaliando muito bem e escolhendo a estrutura mais adequada", finalizou.
O Campeonato Paulista de 2020 foi retomado nesta quarta-feira, 22, após paralisação de mais de quatro meses, com vitória do Corinthians por 1 a 0 diante do Palmeiras, em Itaquera. Além de ter sido o primeiro dérbi sem público, cumprindo as normas do protocolo do coronavírus, o jogo consolidou também a dominação do clube alvinegro nos clássicos do futebol paulista.
O gol do zagueiro Gil deixou o Corinthians ainda com chances de classificação, faltando uma rodada para o fim da primeira fase. Além disso, desempatou o retrospecto diante do maior rival. Agora, o Corinthians tem 128 vitórias, contra 127 do Palmeiras, e 108 empates, em mais de 100 anos de história. É a primeira vez que o Corinthians aparece na frente do confronto desde dezembro de 1966. O Palmeiras contesta a contagem (entenda a polêmica abaixo).
Apesar da ausência de torcedores, o clima de rivalidade estava no ar desde o início da manhã, quando o Corinthians anunciou que torcedores palmeirenses invadiram a Arena Corinthians e picharam ofensas ao goleiro alvinegro Cássio e provocações em alusão à maior goleada do dérbi, um 8 a 0, em 1933. O dono do estádio lavrou boletim de ocorrência e condenou o que chamou “ato vil e covarde e que não condiz com a grandeza e com a estatura da agremiação envolvida.”
Continua após a publicidade Com bola rolando, o Palmeiras começou melhor e chegou a mandar uma bola na trave com Willian, mas o Corinthians saiu na frente em gol de cabeça do zagueiro Gil, contando com a colaboração do goleiro Weverton. No segundo tempo, o domínio alviverde foi ainda maior, mas o goleiro Cássio garantiu a vitória alvinegra com uma sequência de ao menos cinco defesas difíceis.
A “virada” do Corinthians no retrospecto histórico se deu após a inauguração das arenas de cada clube, em 2014. O Corinthians leva vantagem em Itaquera (seis vitórias, dois empates e três derrotas) e no Allianz Parque (quatro vitórias, um empate e duas derrotas). O clube também leva vantagem nos outros clássicos locais: tem 130 vitórias, 109 empates e 106 derrotas contra o São Paulo e 132 triunfos, 97 igualdades e 108 revezes.
Palmeiras contesta contagem
O clube alviverde adota critérios estatísticos diferentes de todos os seus rivais: contabiliza 373 jogos contra o Corinthians, com 131 vitórias, 130 derrotas e 112 empates. A diferença de dez jogos se dá pelo fato de o Palmeiras considerar duelos do Torneio Início do Campeonato Paulista e pelo Troféu Henrique Mündel, competição organizada em 1938 para angariar fundos para o São Paulo.
Continua após a publicidade O Corinthians, assim como São Paulo e Santos, não contabiliza estes confrontos porque as partidas tiveram duração reduzida, como 15 e 30 minutos, e critérios de desempate pouco convencionais como número de escanteios. Em entrevista a PLACAR no ano passado, o jornalista Celso Unzelte, historiador do Corinthians e autor do “Almanaque do Corinthians”, explicou sua posição.
“O Palmeiras está na contramão da história, as estatísticas dele não batem com a de nenhum outro clube. É uma situação mais ampla que o dérbi. O que agrava essa questão é o fato de a diferença do Palmeiras, que era muito grande, só existir hoje graças ao Torneio Início. Cada um tem sua opinião e critérios, eu respeito, mas acho que esses jogos não devam ser contabilizados.”
Na ocasião, Fernando Gallupo, historiador do Palmeiras, disse que o clube contabiliza os jogos de Torneio Início por considerá-lo uma “competição oficial organizada e chancelada pela entidade máxima do futebol estadual, com regulamento definido, premiação e arbitragem”, entre outros fatores. Gallupo negou que tenha alterado seu critério devido à aproximação do Corinthians no retrospecto e transferiu a responsabilidade para o próprio “concorrente”.
“Desde o primeiro trabalho licenciado, o Almanaque do Palmeiras, publicado pela editora Abril em 2004, os jogos do Torneio Início foram contabilizados. Inclusive, o Almanaque do Corinthians mantinha o mesmo critério, e ambos foram produzidos pelo mesmo autor, o jornalista Celso Unzelte.”
Continua após a publicidade Unzelte se defendeu. “De fato, quando fiz estes almanaques, contabilizei os jogos do Torneio Início. Mas meu objetivo naquelas obras era dar o máximo de informações possível. Posteriormente, cheguei a um acordo com o próprio Palmeiras de desconsiderar esses jogos, justamente pelo fato de nenhum outro clube fazê-lo. Me dei por vencido, porque considerei que do ponto de vista estatístico não se deve contar jogos de tempo não regulamentar.”
Não há, neste caso, um critério “oficial”, já que entidades como CBF e Federação Paulista de Futebol (FPF), só apresentam dados das competições que organizam, excluindo informações sobre amistosos e outros torneios. Caso semelhante ocorre na rivalidade entre as seleções de Brasil e Argentina, que têm contas diferentes – cada uma usa a que mais lhe beneficia, evidentemente.
A saída do treinador Jorge Jesus agitou a torcida do Flamengo e a decisão parece não ter sido bem avaliada pelos comentaristas esportivos dos canais "Fox Sports". Nesta quarta-feira, durante o programa "Fox Sports Rádio", o apresentador Benajmin Back usou a frase "Do céu ao inferno" para caracterizar a mudança na carreira de Jesus.
Após o Mister trocar o Flamengo pelo Benfica, de Portugal, e sofrer com protestos dos torcedores europeus, o comentarista avalia negativamente a ideia do técnico ter deixado um clube onde era amado para treinar sob as críticas dos torcedores.
- Olha só como o mundo está maluco! Jorge Jesus largou o céu para ir para o inferno. Era idolatrado, homenageado na Assembléia do Rio, andava na rua como Deus, só afagos, fotos, autógrafos, um mar de rosas. Um timaço nas mãos, ganhando tudo, sem briga política, sem nada... E olha só o que virou. Ele foi para o olho do furacão - disse o apresentador.
Para outro comentarista da atração, Mano, o treinador português cometeu um dos maiores erros da carreira dele. No Flamengo, Jesus foi campeão estadual, venceu o Brasileirão e conquistou a América contra o River Plate (ARG), em 2019. Jesus anunciou que deixaria o Flamengo após bater o Fluminense na final do Carioca.