Na infância, o primeiro contato extrafamiliar das crianças com o mundo é a escola. As relações estabelecidas nesse momento servem como um laboratório de experiência e aprendizagem. Tornando possível a possibilidade de experimentar como é conviver com um grupo maior e diferente que o familiar.
No ensino básico ou no nível superior, uma forma comum do professor avaliar os seus alunos, são os trabalhos. Um conjunto de atividades educacionais que podem ser realizadas de forma individual ou coletiva. Cabe ao orientador, solicitar aos alunos a modalidade que se enquadre ao que ele idealiza para o melhor desenvolvimento e êxito no resultado final.
O trabalho em grupo permite que os alunos testem seus limites individuais para, a partir disso, praticarem a relação interpessoal, eliminando hábitos individualistas e trabalhando o seu lado coletivo. Valorizando a companhia dos demais estudantes e ressaltando a importância de trabalharem em conjunto para alcançar o objetivo comum.
Para a psicóloga escolar Edenizia Bernardi, as atividades em grupo são um dos pontos de fundamental importância na escola. “Esse tipo de trabalho prepara o aluno para conviver em sociedade”, destaca.
Diferente do que as crianças encontram em casa, o convívio no coletivo não é tão ameno. As pessoas, em geral, são menos condescendentes com o que eles escolhem, fazem ou dizem. A partir disso, estimula-se que sejam desenvolvidas atividades sociais, para que haja melhora no relacionamento interpessoal.
Berbardi ressalta a importância desse tipo de atividade. O ideal é que elas sejam realizadas desde a educação infantil. “É nesse período, que as crianças começam a ser menos egocêntricas”, explica. Com isso, aprendem a diferença entre o “eu e o outro” para então respeitar e esperar a sua vez.
Para além da função educacional, as atividades no coletivo desenvolvem a empatia, a paciência, o instinto de cooperação e a liderança, o que reflete na vida adulta. Por tudo isso, Bernardidefende a existência deste tipo de trabalho na escola. “É importante viabilizar as oportunidades de vivência, desenvolvendo assim as mais diversas habilidades, incluindo as socioemocionais, favorecendo o autocontrole e a construção da auto-estima”.
Larissa Mesquita | Ascom Educa Mais Brasil