A inclusão de pessoas com deficiência, através da educação, tem crescido no Piauí e melhorado as condições de crianças, jovens e adultos com algum tipo de limitação física ou intelectual. Através da Gerência de Educação Especial, a Secretaria da Educação e Cultura (Seduc), cerca de 3.500 alunos especiais estão inclusos na educação regular em todo estado. “O Piauí tem investido nessa educação especial e nós temos tido um crescimento significativo de matrícula desses alunos na rede estadual”, diz a gerente de Educação Especial da Seduc, Márcia Raika.
Para atender aos alunos com deficiência física, transtornos globais do desenvolvimento, altas habilidades e super dotação, as escolas contam com as salas de Atendimento Educacional Especializado (AEE). No contraturno da aula regular, o serviço atua como um suporte para a educação dessas pessoas.
Atualmente, o Piauí conta com 154 salas de recursos multifuncionais, que auxiliam no AEE. A meta é que até o final deste ano já sejam 200 dessas salas distribuídas no estado. “Além da implantação dessas salas, os professores também tem recebido capacitação para atender os alunos da educação especial. Seguimos os padrões recomendados pelo MEC e temos obtido bons resultados”, esclarece Márcia.
O desenvolvimento do estudante do 9º ano, da Unidade Escolar Darcy Ribeiro, Ricardo Almeida, é um exemplo da inclusão que o Atendimento Educacional Especializado proporciona. Ricardo tem déficit intelectual, alguns aspectos de autismo, e já tem avançado na sociabilidade e nas atividades de informática. “Ele é um exemplo da eficácia do AEE. Monitoramos e orientamos suas atividades, adaptamos os conteúdos. As atividades de informática são as que ele mais domina e já demonstra muitas habilidades”, explica a professora de educação especial, Helena Souza.
A multifuncional da Unidade Escolar Darcy Ribeiro conta com recursos educacionais, como jogos e softwares adaptados para as necessidades de cada um desses alunos. “Nossa sala de recursos é voltada não apenas para os nossos alunos, mas para a comunidade em geral. Além do Ricardo, acompanhamos outras duas crianças que moram aqui perto e necessitam de acompanhamento especial”, diz a diretora da escola, Verônica Matias.
Centros Especializados
Nos seis centros especializados que existem no Piauí, são realizados atendimentos educacionais voltados para cada um dos públicos alvos atendidos, a formação continuada de professores e a confecção de recursos materiais adaptados. “Nesses Centros são trabalhadas habilidades específicas com os educandos, como o social e habilidades cognitivas. Os profissionais multidisciplinares são essenciais nesse processo de desenvolvimento e inclusão”, pontua a gerente de educação especial, Márcia Raika.
Com o intuito de abranger todo o Piauí, os professores da rede pública estadual e municipal de Floriano e Piracuruca têm recebido curso de formação, especialmente em libras. “Devido a demanda de alunos com surdez no Piauí, temos investido na formação de profissionais aptos a ministrar o ensino de maneira bilíngue, promovendo a inclusão e integração desses alunos com deficiência auditiva”, esclarece Márcia Raika.
O Centro Integrado de Educação Especial (Cies) é um desses locais especializados, que atende 506 crianças, com idade de 0 a 14 anos. “Aqui, o Atendimento Educacional Especializado é o nosso principal método, com o qual são desenvolvidas atividades terapêuticas, culturais, que estimulam nossas crianças que têm déficit intelectual”, explica a diretora do Cies, Eleonora Pereira Sá.
A família da pequena Juliellen Rêgo, de 11 anos que possui microcefalia, comprova a qualidade do trabalho desenvolvido pelo Centro e comemora a evolução que ela tem tido. “A Juliellen era bastante atrofiada, não sentava. Hoje, ela caminha até sozinha, conversa e tem desenvolvido muito ao longo desses cinco anos em que está aqui”, conta a acompanhante e irmã Juliane Rêgo.
O último centro especializado inaugurado foi o Centro de Estimulação para Criança com Deficiência Sensorial Auditiva e Visual Mauro César Evaristo, no final de setembro. Ele atende crianças com deficiência sensorial auditiva e visual entre zero e seis anos.
No Centro de Estimulação para Criança com Deficiência Sensorial Auditiva e Visual Mauro César Evaristo, uma equipe multidisciplinar, formada por fonoaudiólogos, psicólogos, terapeutas ocupacionais, pedagogos e psicopedagogos, educadores físicos e assistentes sociais, trabalham em duas modalidades: estimulação precoce (zero a três anos e 11 meses) e AEE (quatro a seis anos e 11 meses).
“Todas essas ações fazem parte das nossas estratégias de promover a inclusão de pessoas com deficiência, e de capacitar os profissionais da educação para recebê-las e incentivá-las a crescer educacionalmente. Até 2013, faremos concurso público para intérprete de libras e abriremos cinco centros especializados no interior do estado”, finaliza gerente de educação especial.
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