O governo sofreu nova derrota no debate sobre o Plano Nacional de Educação. Após ver a comissão especial que tratou do tema elevar para 10% do PIB (Produto Interno Bruto) a meta de investimento em educação, a ser alcançada no prazo de dez anos, o Planalto coordenou um movimento para que deputados apresentassem um recurso para impedir que o projeto seguisse diretamente para o Senado, tendo antes de passar por análise do plenário da Câmara. Nessa terça-feira, 4, porém, 46 dos 80 deputados que assinaram o documento retiraram o apoio e o recurso foi arquivado. Com isso, o projeto agora seguirá para debate no Senado.
A retirada foi comandada pelo líder do PDT, André Figueiredo (CE). Integrante da base, ele criticou o governo por ter se colocado contra a proposta. O Palácio do Planalto enviou o projeto com meta de 7%.
— Quem deseja uma educação de qualidade não pode jamais ser contra aelevação do investimento.
Segundo ele, esse argumento foi usado para convencer os colegas a desobedecer a orientação do Executivo.
O líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), lamentou a derrota.
— O que o governo queria era fazer o debate no plenário da Câmara, mas infelizmente não conseguimos.
A expectativa do governo agora é tentar avançar nas discussões no Senado, em que, pelo regimento, o projeto terá de ser votado em comissões e no plenário. Se forem feitas mudanças, a proposta retornará para a Câmara.
Agência Estado