O Proifes (Sindicato de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior) criticou, no final da tarde de quinta-feira, 23, a contraproposta feita pelo Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior) para encerrar a greve dos docentes das universidades federais.
Para o Proifes, a nova proposta é pior porque não valoriza a titulação do profissional e pode prejudicar a progressão na carreira. Além disso, custará mais do que a proposta que já foi firmada com o governo e consta no projeto de Lei de Orçamento Anual, que será encaminhado ao Congresso Nacional.
A contraproposta do Andes já foi negada pelo governo, que reafirmou que as negociações estão encerradas. No último dia 13, Ministério do Planejamento, MEC (Ministério da Educação) e Proifes assinaram acordo fechando proposta que prevê reajustes de 25% a 45% para os professores das federais.
Segundo Gil Vicente Figueiredo, da diretoria do Proifes, entidade que representa uma parcela menor da categoria, o sindicato não tem intenção de apoiar a proposta.
— Se fosse uma boa proposta, a gente apoiaria a reabertura das negociações. Mas ela é de péssima qualidade.
A presidente do Andes, Marinalva de Oliveira, afirmou que na contraproposta, os docentes abrem mão de aumento e dão preferência à reestruturação da carreira. O documento pede que, a cada degrau de progressão, os professores tenham ajuste de 4% - anteriormente, o percentual desejado era 5%.
De acordo com o MEC, entretanto, a proposta da entidade prevê um investimento superior a R$ 10 bilhões, quando a proposta acordada com o Proifes indica o investimento de R$ 4,2 bilhões até 2015.
Figueiredo criticou o modelo sugerido pelo Andes de abolir as chamadas classes da carreira docente e substituí-las por níveis. Para o Proifes, a contraproposta do Andes desvaloriza a lógica da titulação, em que o professor irá receber salário mais alto quanto maior for o seu grau de formação, além de dificultar a progressão para quem está no início da carreira. De acordo com os cálculos da entidade, os professores doutores no topo da carreira, com dedicação exclusiva, receberiam os menores aumentos.
— A proposta dá muito para quem não tem titulação e não incentiva o professor a buscar uma formação melhor.
Agência Brasil