A greve de professores das instituições federais de ensino superior completa um mês neste domingo com 84,7% das universidades do País sem aulas. Sem acordo com o governo, a paralisação que atinge milhares de alunos não tem prazo para terminar. Ao todo, professores 50 das 59 universidades federais e de cinco dos 40 institutos tecnológicos mantidos pelo governo federal estão de braços cruzados.
O movimento grevista foi deflagrado no dia 17 de maio. Desde então, inúmeras manifestações e protestos foram realizados pelos professores, que pedem aumento salarial e reestruturação da carreira, entre outras reivindicações.
Após 30 dias de greve, o vice-presidente do Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior), Luiz Henrique Schuch, avalia que o movimento tem “características extraordinárias”, e pode crescer ainda mais.
— Se o governo não mudar de postura e vier com propostas muito efetivas, que envolvam uma estabilidade jurídica em relação às condições de trabalho nas universidades federais, é um movimento que tende a radicalizar.
Mesmo tendo a rotina afetada e correndo o risco de perder o semestre letivo, muitos alunos apoiam a paralisação dos professores. Em entrevista, o presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes), Daniel Iliescu, afirmou que o momento é importante “não só para defender os professores, mas também para reivindicar melhorias reais na educação”.
Diálogo
Em reunião realizada na terça-feira, 12, o secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, propôs uma trégua de 20 dias entre governo e professores. Os lados, no entanto, não chegaram a um acordo.
De acordo com o MEC (Ministério da Educação), o secretário propôs que o salário dos servidores do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação fosse tomado como referência para os professores.
Uma nova reunião foi marcada para a próxima terça-feira, 19, no Ministério do Planejamento. Segundo a pasta, nesta data, será apresentada uma proposta de carreira “baseada em critérios de mérito acadêmico e valorização da dedicação ao ensino, à pesquisa e à extensão”.
R7