Professores da rede pública estão em greve em dois estados e no Distrito Federal. No Piauí, os diretores de escolas já admitem que as aulas perdidas este ano terão que ser repostas em 2013. A Justiça já determinou a volta dos professores às escolas. Mas o sindicato não cumpriu a decisão judicial. O ano letivo, que mal começou, já pode estar comprometido.
“Vamos entrar em 2013 repondo aulas de 2012, que por sinal vai comprometer o ano de 2014”, avalia o diretor de escola Rubens Portela Dantas.
A Assembleia Legislativa do Piauí aprovou o reajuste de 22% para os professores que ganhavam abaixo do piso nacional, que é de R$ 1.451. Para quem ganhava acima do piso, o aumento aprovado foi de 8%. Mas os professores querem 22% para toda a categoria, e continuam acampados em frente ao palácio do governo. Nas escolas municipais de Teresina, sinal de entendimento depois de 82 dias de paralisação. A prefeitura aceitou a proposta de reajuste, mas os professores ainda não voltaram às salas de aula.
“Enquanto isso não tiver garantido, com projeto aprovado na Câmara, não temos como terminar esse movimento”, disse Francisco Sinésio da Costa, do Sindicato dos Servidores municipais de Teresina. Em Brasília, os professores da rede pública que ocupavam um andar anexo do Palácio do Buriti deixaram o prédio nessa sexta, 27, mas eles continuam ignorando a decisão judicial que determinou a volta ao trabalho de 80% da categoria.
Já são 47 dias de greve. O governo diz que não tem recursos para bancar o aumento acertado no ano passado. Em Salvador, os professores da rede estadual da Bahia decidiram nesta sexta manter a greve iniciada há 15 dias e a ocupação da Assembleia Legislativa. A categoria também quer um aumento de 22% para todos os professores, e acusa o governo de descumprir um acordo firmado em novembro.
O governo da Bahia não comentou a acusação de que teria descumprido o acordo de reajustar todos os professores em 22%. Informou apenas que não tem meios de conceder aumento além do que já autorizou.
Jornal Nacional