O número de mulheres pesquisadoras avança constantemente, e tem ganhado mais visibilidade e reconhecimento. Um exemplo, é o Prêmio CAPES de Tese, em 2023, que recebeu 1.469 inscrições, um número recorde em 18 anos da premiação, e, pela primeira vez, 25 mulheres, das 49 áreas do conhecimento que concorreram, foram premiadas.
A presença da mulher na pesquisa traz benefícios bilaterais, tanto para sua formação, pois a carreira de pesquisadora é fundamental para o progresso do mundo e também da sociedade, que só tem a ganhar com a participação feminina e a diversidade de gênero.
A Pró-Reitora de Ensino de Pós-Graduação da Universidade Federal do Piauí (PRPG/UFPI) e Bolsista de Produtividade em Desenvolvimento Tecnológico e Extensão Inovadora do CNPq -DT/CNPq, Regilda Moreira-Araújo, destaca a importância do papel da Universidade em auxílio às mulheres que ingressam na pesquisa: “isso é muito importante para a UFPI, porque nós temos uma prevalência na população de mulheres no Piauí, temos um grande número de docentes e pesquisadoras na Universidade. As mulheres trabalham muito e têm participado do mercado de trabalho e do mercado relacionado com inovação e com pesquisa, com premiações, trabalhos gerados, formação e qualificação de pessoal, em nível de graduação, mestrado, doutorado, iniciação científica, iniciação tecnológica. Muitas pesquisadoras são formadas aqui e saem da UFPI para outras instituições, produzindo e contribuindo com o crescimento do país e do exterior. É um grande orgulho fazer parte desse grupo de mulheres que tem avançado na pesquisa, que é produtivo, que está ajudando cada vez mais a UFPI a crescer, mostrando todo o potencial e conhecimento das mulheres, pesquisadoras que cada dia mais fazem o seu trabalho com muita competência, responsabilidade e amor. De forma brilhante” expressou.
Mesmo que a ciência tenha sido por muito tempo vista como uma atividade masculina, muitas mulheres fizeram história e promoveram a propagação do conhecimento. Existem diversas descobertas feitas por mulheres que serviram de base para o desenvolvimento e continuidade de estudos em diversas áreas.
Para a pesquisadora da Universidade de Oxford, Joanna Lima, egressa do curso de Biologia da UFPI, ser uma pesquisadora é “uma luta diária". Joanna contou que durante a graduação sempre foi muito envolvida com ensino, escolas, mas apenas durante o mestrado sentiu a necessidade de focar em algo para mudar a sociedade, algo impactante. Então, decidiu focar em estudar o câncer, “por ouvir diariamente nas mídias e conversas”. A pesquisadora atua há mais de 13 anos na pesquisa, e para ela, a cada dia tem uma descoberta fascinante.
Ao descrever o papel da mulher na pesquisa, Joanna Lima, (foto) contou que: “segue sendo um ambiente predominantemente liderado por homens no mundo. Os números, felizmente, estão mudando, porém, ainda não atingimos o número máximo em cargos de liderança. Ser uma mulher nordestina em Oxford, é algo de extremo valor. Oxford antigamente não aceitava que mulheres fossem para a Universidade, ou melhor, mulheres poderiam assistir às aulas, poderiam participar, porém não tinham direito ao diploma. Veja bem, estou falando de pouco mais de 100 anos atrás, pra mim isso é ontem. Recentemente, pela primeira vez, Oxford admite mais mulheres que homens em seus mais de 900 anos de existência” expressou.
Segundo a pesquisa Perfil do Cientista Brasileiro, apoiada pela Academia Brasileira de Ciências (ABC) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), as mulheres já são 53% dos cientistas no Brasil, e representam quase a metade, 46%, do total de pesquisadores nos países da América Latina e do Caribe. Com isso, a região conquistou, na última década, a paridade de gênero na ciência.
Ufpi