O Estado do Piauí continua batendo recordes baixos em várias áreas que precisam de mais investimentos e olhares de gestores, com políticas sérias para o estado sair da lista dos primeiros colocados negativamente do quadro do IBGE.
Com uma disputa com o estado do Maranhão, o Piauí amargou como o pior estado com a maior taxa de analfabetismo do Brasil em 2022, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do IBGE. O estado tem cerca de 383 mil pessoas com 15 anos ou mais analfabetas, o que representa cerca de 14,8% da população nessa faixa etária – com destaque para os idosos. Os dados foram divulgados nessa quarta-feira (07).
Em entrevista, o chefe de informações do IBGE, Eyder Mendes, disse que apesar dos números o Estado conseguiu reduzir o número de pessoas analfabetas nos últimos seis anos.
“Houve redução na taxa de analfabetismo quando a gente compara os indicadores de 2016 com 2022. Em 2016, a gente tinha cerca de 16% da população piauiense analfabeta. Em 2022, caiu para 14,8 – cerca 1.3 percentual de redução. Isso na prática significa 15 mil pessoas a menos analfabetas no Piauí”, disse ele.
Segundo o IBGE, hoje o Piauí tem 383 mil pessoas que não sabem ler ou escrever. A faixa etária com maior proporção de pessoas analfabetas são os idosos: 40%, recorde no Brasil. “Essa é uma tendência no país. São as pessoas mais idosas que não tiveram no passado a oportunidade de ter acesso à escola no seu município ou que tiveram que trabalhar mais cedo. Ou seja, cabe hoje aos poderes, seja federal, estadual ou municipal traçar políticas públicas de inclusão dessas pessoas nas escolas”, afirmou.
Com relação ao sexo, o analfabetismo no Piauí é maior entre os homens (16,2%) do que entre as mulheres (13,5%). Os dados mostram ainda que pessoas de cor preta e parda possuem índice de analfabetismo maior do que brancas, são quase cinco pontos percentuais a mais: 15,9% para 10,8%, respectivamente.
Contratos sob investigação
Os municípios do Piauí recebem R$ 3.899 ao ano por aluno matriculado no programa de Ensino de Jovens e Adultos – EJA. Em Campinas do Piauí, os R$ 50 mil recebidos no ano de 2021 se transformaram em mais de R$ 3,6 milhões em 2022, apenas em transferências relacionadas à Educação de Jovens e Adultos – o repasse total do Fundeb em apenas sete meses já é 70% maior do que em 2021 inteiro. Foi encontrado pessoas que já estavam mortos inscritos no EJA do Piauí.