A Pró-Reitoria de Ensino de Graduação (PREG) da Universidade Federal do Piauí (UFPI) e a Coordenação Institucional do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência da UFPI (PIBID), nos termos do Edital nº. 18/2023, da Portaria CAPES nº 83, de 27 de abril de 2022, e do Edital CAPES nº 23/2022, tornam pública a abertura de inscrições para 44 (quarenta e quatro) vagas de bolsas e cadastro reserva para supervisor de escola no PIBID. As bolsas são destinadas aos professores das escolas públicas estaduais e municipais constantes no Anexo I deste Edital.
A violência surgiu de onde ela menos esperava. Em pleno Dia das Mulheres, há quase dois meses, a professora Edmar Sônia Vieira Valéria, de 50 anos, em uma escola da região administrativa de Ceilândia (DF), recebeu de “surpresa” de um aluno uma palha de aço. A ação, considerada de caráter racista e machista, abalou a docente, mas não alterou as convicções de que é necessário e possível uma educação antirracista.
“O nosso trabalho deve ser com amor. Devemos levar em conta que as características dos alunos de hoje são muito diferentes das de 20 anos atrás”, afirmou a professora em entrevista à Agência Brasil. As agressividades, segundo ela, são voltadas para serem filmadas e espalhadas pelas redes.
O celular, segundo testemunha, virou protagonista no dia a dia educacional. “Tudo acontece por meio do telefone dentro de uma escola. É por ali que eles combinam qualquer ato, qualquer ação. É o que eles usam para se agredirem, por onde se ameaçam. Ou quando desejam filmar um professor recebendo um pacote de palha de aço, como aconteceu comigo”.
Ela defende maior participação das famílias na escola e uma revisão geral do processo de ensino-aprendizagem para efetivação de uma escola antirracista.
“Nós precisamos de ações efetivas. Além das leis, precisamos de modelos de educação mais atuantes, uma escola mais atraente. O caminho é a educação séria e não o castigo". Para ela, as escolas precisam contar histórias de pessoas negras a fim de que os alunos se vejam representados.
A professora explica que o aluno que a ofendeu pediu desculpas em diferentes ocasiões desde então e crê que ele aprendeu com o erro.
"Ele nunca foi um aluno agressivo. Chegava sempre com muita alegria. Sentava próximo à minha mesa. Ele se arrependeu e entendeu”. A conscientização passou pelo caminho da repercussão e da solidariedade à professora, que se seguiram à violência, e pelas constantes conversas em sala. Sem tabu
O caminho para uma educação antirracista, no entender do cientista social Vidal Mota Junior, obriga que o tema deixe de ser tratado como tabu e seja reconhecido como um problema a ser discutido e enfrentado em sala de aula.
“A gente vê como um longo caminho de conscientização. Mais de 56% da população são negros e menos representados em posições de liderança ou dentro de uma sala de aula”, afirma o especialista, que coordena a organização não governamental (ONG) Dacor, com sede em São Paulo, que promove políticas e campanhas de conscientização sobre a questão racial no Brasil.
Para o pesquisador, é preciso que essa violência do racismo não seja naturalizada e todos os crimes gerem intervenções sérias. “A escola tem que chamar os alunos que cometem a violência para reensiná-los. E mostrar para toda a comunidade escolar que o preconceito racial não terá vez naquele espaço”. Protagonismos e prioridades
Além disso, segundo os professores, a escola deve apresentar sinais nítidos de democracia racial, com inclusão e protagonismos de histórias de heróis negros e não os clássicos personagens brancos de origem europeia.
Em 2023, ano em que a Lei Antirracista nas escolas completou 20 anos, a legislação tornou obrigatório o ensino de história e cultura afro-brasileira. O desafio dos sistemas educacionais, de todos os âmbitos, é que, além da lei, efetivamente se promova empatia e estrutura para que os estudantes entendam as próprias raízes, e de uma forma atraente.
Essa necessidade é reconhecida pela advogada brasiliense Karina Berardo, mãe de dois filhos negros adolescentes. “Na escola deles, a lei não saiu do papel. Não tem professores ou diretores negros. Para enfrentar isso, eles vão ter que cortar na própria carne. Claro que não precisa ser negro para falar sobre democracia racial”.
Outra preocupação de Karina é o que chega pelos celulares, como alertaram os pesquisadores. Ela procura acompanhar, por exemplo, os grupos de mensagens dos filhos. “Não raras vezes, eu encontro a utilização de termos utilizados para agredir e diminuir as pessoas. Os meninos têm hábito de um chamar o outro de gay, de retardado, de preto. Quer dizer: utilizam termos de forma completamente equivocada. Eu conversei isso na escola: é preciso trazer pessoas deficientes, pessoas gays, pessoas negras para conversarem com os alunos. As escolas precisam abraçar a causa de verdade”.
Estão abertas as inscrições para o Exame Classificatório 2023-2 do Instituto Federal do Piauí (IFPI). O teste vai selecionar alunos que irão preencher 1.460 vagas em cursos técnicos dos campi Angical, Campo Maior, Cocal, Dirceu, Floriano, Oeiras, Parnaíba, Picos, Teresina Central, Teresina Zona Sul, Uruçuí e Valença.
Os cursos são gratuitos e, nesta edição, são ofertados em duas formas: concomitante, para quem cursa, em 2023, o ensino médio em outra instituição; e subsequente, para quem tiver concluído o ensino médio até a data da matrícula.
Inscrições
As inscrições no Exame Classificatório devem ser feitas no endereço eletrônico selecao.ifpi.edu.br, até o dia 6 de junho. Vale ressaltar que, a partir desta edição, a conta gov.br será obrigatória para a realização da inscrição. O interessado que não tem cadastro no gov.br deverá primeiramente criar sua conta. Ela é gratuita e feita de forma simples e rápida.
O pagamento da taxa de inscrição, no valor de 15 reais, poderá ser feito até 7 de junho, exclusivamente nas agências e caixas eletrônicos do Banco do Brasil ou seus correspondentes bancários.
Isenção da taxa de inscrição
O candidato que pertença a família inscrita no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) do Governo Federal, cuja renda familiar mensal por pessoa seja inferior ou igual a meio salário mínimo, poderá pedir isenção da taxa de inscrição. O pedido deve ser feito no ato da inscrição, mediante escolha da inscrição do tipo “Isento” e indicação do Número de Identificação Social (NIS), atribuído pelo CadÚnico, e documento de identificação RG.
Heteroidentificação
Obrigatoriamente, os candidatos autodeclarados pretos, pardos ou indígenas passarão por um procedimento de heteroidentificação, que consiste em uma análise a ser realizada por uma Banca de Validação de Autodeclaração Étnico-racial.
O candidato com inscrição confirmada que não enviar os documentos previstos dentro do período estabelecido no cronograma do edital ou tiver sua solicitação de heteroidentificação indeferida será remanejado para concorrer às vagas de ampla concorrência.
Prova
A prova do Exame Classificatório será aplicada no dia 2 de julho. Ela terá 60 questões, sendo 30 de Língua Portuguesa e 30 de Matemática. O resultado final será divulgado a partir do dia 24 de julho.