Nesta segunda-feira, 18, os docentes dos sete campi da Universidade Estadual do Piauí (Uespi) deflagraram um movimento de greve por tempo indeterminado, reivindicando o cumprimento do Plano de Cargos, Carreiras e Salários, que implica na implantação de progressões, promoções e mudanças de regime de trabalho para os servidores.
A categoria encontra-se reunida em um ato em frente à sede do Sinte-PI (Sindicato dos Trabalhadores em Educação), pedindo por melhorias nas condições de trabalho e pela realização de um novo concurso público para efetivação do quadro docente. Os professores querem ainda a nomeação de todos os classificados no último concurso para a Uespi e a reposição das perdas salariais dos últimos seis anos, além de exigir do Governo a garantia de recursos para execução de atividades acadêmicas como ampliação das bolsas de iniciação científica, programas de extensão, monitorias remuneradas e bolsas de trabalho.
O movimento paredista dos docentes da Uespi acontece em meio à política de corte de gastos e contenção de despesas do Governo do Piauí, que enviou à Alepi um Projeto de Lei com uma reforma administrativa, prevendo, dentre outros, a extinção de secretarias e redução do número de servidores da máquina pública.
Um dos parágrafos do PL versava justamente sobre a suspensão, por um ano, das promoções, progressões de carreira e concessão de reajustes salariais as todas as categorias do serviço público estadual. Esta mensagem acabou sendo retirada do texto original duas semanas depois de ele ter chegado à Assembleia.
A Associação dos Docentes da Uespi (Adecesp) criticou o que chamou de “política constante de arrocho econômico” e disse que as medidas “mitigam ainda mais os recursos da universidade”, com a não abertura de editais para concurso, congelamento de salários e progressões e a suspensão de monitorias remuneradas, bolsas e auxílios moradia para alunos.
O outro lado
Por meio de nota, o Governo do Estado do Piauí informou que vem buscando trabalhar em conjunto com discentes e docentes da Uespi para melhorar o ambiente e a qualidade de ensino da instituição. Com relação à reivindicação pelo aumento de salário, o Governo disse que não é possível concedê-lo no momento devido ao Estado ter ultrapassado o limite prudencial da LRF.
Veja a nota do Governo na íntegra:
O Governo do Estado vem trabalhando para melhorar a estrutura da Universidade Estadual do Piauí. Nos últimos anos o orçamento do órgão aumentou consideravelmente e recursos extras também foram destinados para melhorar a infraestrutura. Quanto ao corpo docente, no último concurso foram oferecidas 197 vagas para professores e mais concursos devem ser feitos à medida que as finanças do estado permitirem. A gestão Estadual busca trabalhar em conjunto com docentes e discentes para melhorar o ambiente e a qualidade de ensino da instituição. Quanto a aumento de salário, progressão e reposições, não é possível no momento devido o estado ter ultrapassado o limite da LRF.